Sou a memória dos tolos
Sou a aparência dos fúteis
Sou o rancor dos vingativos
E a ética dos políticos
Verdade que não sou nada
Quem se importa?
Nada floresce nessa terra podre mesmo
Se morrer amanhã o que terei feito?
Poluído mais um pouco o planeta
Gasto a paciência de pessoas inúteis
Lido poluição verbal de famosos
Terei feito o que todos fazemos
Absolutamente nada
E ao mesmo tempo tudo de ruim
Meu cadáver deve dar mais à terra
Do que eu poderia dar em vida
O sentido da vida é morrer
Assim como o destino de algo podre
É ter a sua podridão máxima no final
Terra infértil que nós somos
Praga do mundo e de nós mesmos
Vivemos em parasitismo
Nos sonhos dos outros
Vivemos para que os vermes possam comer mais carnes no futuro
Mas não comerão o suficiente!
Não comerão o mesmo que nós!
Nenhum parasita da carne nos supera
Porque parasitamos o espírito
Criamos leis, sistemas e religião
Criamos uma força maior que nós
Mas respiramos a nossa própria corrupção
Somos a podridão do mundo
Sou a memória dos fracos
Que só souberam perder e chorar
Que nasceram no fundo
De uma doentia cadeia alimentar
Sistema de parasitas
Cadeia alimentar de animais racionais
Deglutindo os sonhos dos mais fracos
Parasitando a esperança dos jovens
Destruindo lentamente
Um futuro que nasceu morto
Vivemos em parasitismo
Dos sonhos dos outros
Quem se importa?
Nada floresce nessa terra podre
Já estamos todos mortos