OS MELHORES FILMES DA DÉCADA (2010-2019)

Os Melhores Filmes da Década
Os Melhores Filmes da Década
Imagem por www.cinema7arte.pt
Cinema Sétima Arte lançou o desafio aos seus colaboradores para que cada um escolhesse os vinte melhores filmes da década, de 2010 a 2019. Esta lista (que é apenas isso mesmo, uma lista), pensada por oito membros do site (Cláudio Azevedo, Diogo Ferreira, Inês Paredes, Luís Ferreira, Mariana Azevedo, Pedro Barriga, Tiago Resende e Wellington Almeida), apresenta os 20 melhores filmes e atribui ainda menções honrosas a 80 filmes, apresentando assim uma lista dos 100 melhores filmes da década.

Em 2018, o Cinema Sétima Arte já tinha publicado a lista “10 Anos, 10 Filmes”, para assinalar o 10.º aniversário do site (2008-2018), sendo que a maioria desses filmes repetem-se nesta nova lista.

A última década deu-nos alguns filmes que ficarão nas nossas memórias e resistirão ao tempo. Neste tempo em que vivemos, onde a arte tem sido amiúde assimilada por uma cada vez mais voraz e intensa vontade de consumo, torna-se ainda mais necessário recuperar o poder criativo e a procura da beleza como as mais puras formas de resistência – num mundo que se vai escoando e esgotando na experiência volátil da sua materialidade. O cinema tem sido essa flamejante flecha que voa rumo a uma transcendência, por trazer dentro de si a tensão capaz de fazer vibrar as cordas que projectam o homem até à superação de si mesmo. Por mais que uma indústria seja criada para nos bombardear com obras sem essa tensão, demasiado vazias para que criem em nós algum impulso rumo a um outro homem, existem ainda aqueles que preservam o segredo e mistério de todas as coisas, que trazem até nós um mundo desconhecido. O cinema ainda vive entre nós, possuindo uma realidade angelical que nos observa e resguarda face às incertezas de um futuro que sempre forçam em adiar. Mas, passemos à nossa lista de filmes…

Em primeiro lugar, o filme mais votado foi “Amor”, do cineasta austríaco Michael Haneke, um dos mais belos filmes da década e provavelmente do século, que nos ajuda a compreender como é morrer no século XXI e como é que os vivos lidam com ela (a morte). Com uma excelente dupla de atores, Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, que dão vida a uma história comovente de um casal condenado à derradeira prova de dedicação, a última prova de amor.

O segundo mais votado foi “Parasitas”, do sul-coreano Bong Joon-Ho, um dos filmes mais badalados de 2019, seguido por Linha Fantasma”, de Paul Thomas Anderson (3.º lugar), A Árvore da Vida”, de Terrence Malick (4.º lugar) e “Chama-me Pelo Teu Nome”, de Luca Guadagnino (5.º lugar).

Fazem também parte dos 20 mais votados o filme de animação O Mágico”, de Sylvian Chomet (20.º lugar), o documentário sobre o maio de 68, No Intenso Agora”, de João Moreira Salles (16.º lugar), e quatro filmes queerChama-me Pelo Teu Nome”, de Luca Guadagnino (5.º lugar), Moonlight”, de Barry Jenkins (9.º lugar), “Carol”, de Todd Haynes (13.º lugar), e “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Campillo (17.º lugar).

Há ainda quatro filmes portugueses na lista dos 20 melhores, a começar com “Cavalo Dinheiro”, de Pedro Costa (2014), que ocupa o sexto lugar, seguido por “Tabu”, de Miguel Gomes (2012) no décimo lugar, “As Mil e Uma Noites”, de Miguel Gomes (2015) no décimo primeiro lugar, e “O Estranho Caso de Angélica”, de Manoel de Oliveira, (2010) no décimo quarto lugar. O cinema português está também representado com mais cinco filmes nas menções honrosas.

Nesta lista de 100 filmes, o ano com maior representação é o de 2014, com catorze filmes, seguido por 2013, com treze filmes, por 2015, com doze filmes, e 2016 e 2017, ambos com onze filmes.

1.º Amor, de Michael Haneke (2012)

2.º Parasitas, de Bong Joon-Ho (2019)

3.º Linha Fantasma, de Paul Thomas Anderson (2017)

4.º A Árvore da Vida, de Terrence Malick (2011)

5.º Chama-me Pelo Teu Nome, de Luca Guadagnino (2017)

6.º Cavalo Dinheiro, de Pedro Costa (2014)

7.º Debaixo da Pele, de Jonathan Glazer (2013)

8.º Eu, Daniel Blake, de Ken Loach (2016)

9.º Moonlight, de Barry Jenkins (2016)

10.º Tabu, de Miguel Gomes (2012)

11.º As Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes (2015)

12.º A Lagosta, de Yorgos Lanthimos (2015)

13.º Carol, de Todd Haynes (2015)

14.º O Estranho Caso de Angélica, de Manoel de Oliveira (2010)

15.º A Favorita, de Yorgos Lanthimos (2018)

16.º No Intenso Agora, de João Moreira Salles (2017)

17.º 120 Batimentos por Minuto, de Robin Campillo (2017)

18.º Cemitério do Esplendor, de Apichatpong Weerasethakul (2015)

19.º Tal Pai, Tal Filho, de Hirokazu Koreeda (2013)

20.º O Mágico, de Sylvian Chomet (2010)

Menções Honrosas (por ordem alfabética):
4:44 Último dia na Terra, de Abel Ferrara (2011)
12 Anos Escravo, de Steve McQueen (2013)
45 Anos, de Andrew Haigh (2015)
A Academia das Musas, de José Luis Guerín (2015)
A Criada, de Chan-wook Park (2016)
A Despedida, de Lulu Wang (2019)
A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho (2017)
A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino (2013)
A Ilha dos Cães, de Wes Anderson (2018)
A Rede Social, de David Fincher (2010)
A Tribo, de Myroslav Slaboshpytskyi (2014)
Anomalisa, de Duke Johnson, Charlie Kaufman (2015)
Birdman, de Alejandro G. Iñárritu (2014)
Boyhood: Momentos de uma vida, de Richard Linklater (2014)
Chained, de Yaron Shani (2019)
Cisne Negro, de Darren Aronofsky (2010)
Citizenfour, de Laura Poitras (2014)
Cold War – Guerra Fria, de Pawel Pawlikowski (2018)
Communists, de Jean-Marie Straub (2014)
Corações Inquietos, de Saverio Costanzo (2014)
Dunkirk, de Christopher Nolan (2017)
Em Chamas, de Chang-dong Lee (2018)
Em Parte Incerta, de David Fincher (2014)
Era Uma Vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino (2019)
Get Out, de Jordan Peele (2017)
Golpada Americana, de David O. Russell (2013)
Good Time, de Benny Safdie, Josh Safdie (2017)
Gravidade, de Alfonso Cuarón (2013)
Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson (2014)
Historia de um Fantasma, de David Lowery (2017)
Holy Motors, de Leos Carax (2012)
HyperNormalisation, de Adam Curtis (2016)
Interstellar, de Christopher Nolan (2014)
Joker, de Todd Philips (2019)
José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes (2010)
Kater, de Klaus Händl (2016)
La La Land: Melodia de Amor, de Damien Chazelle (2016)
Leviatã, de Andrey Zvyagintsev (2014)
Linha Vermelha, de José Filipe Costa (2012)
Like Someone in Love, de Abbas Kiarostami (2012)
Long Day’s Journey Into Night, de Gan Bi (2018)
Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller (2015)
Madeline´s Madeline, de Josephine Decker (2018)
Manchester by the sea, de Kenneth Lonergan (2016)
Marriage Story, de Noah Baumbach (2019)
Melancolia, de Lars Von Trier (2011)
Moonrise Kingdom, de Wes Anderson (2012)
Montanha, de João Salaviza (2015)
Nebraska, de Alexander Payne (2013)
Night Moves, de Kelly Reichardt (2013)
No Coração da Escuridão, de Paul Schrader (2017)
OJ Made in America, de Ezra Edelman (2016)
O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer (2012)
O Conto da Princesa Kaguya, de Isao Takahata (2013)
O Desconhecido do Lago, de Alain Guiraudie (2013)
O Farol, de Robert Eggers (2019)
O Filho de Saul, de László Nemes (2015)
O Gebo e a Sombra, de Manoel de Oliveira (2012)
O Homem Duplicado, de Denis Villeneuve (2013)
O Livro de Imagem, de Jean-Luc Godard (2018)
O Primeiro Encontro, de Denis Villeneuve (2016)
Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino (2015)
O Outro Lado do Vento, de Orson Welles (2018)
O Outro Lado da Esperança, de Aki Kaurismäki (2017)
O Som Ao Redor, de Kleber Mendonça Filho (2012)
Passámos Por Cá, de Ken Loach (2019)
Queen of Earth, de Alex Ross Perry (2015)
Silêncio, de Martin Scorsese (2016)
Shutter Island, de Martin Scorsese (2010)
Samsara, de Ron Fricke (2011)
Twin Peaks: The Missing Pieces, de David Lynch (2014)
Toy Story 3, de Lee Unkrich (2010)
Toni Erdman, de Maren Ade (2016)
Upstream Color, de Shane Carruth (2013)
Um Ano Mais, de Mike Leigh (2010)
Uma História de Amor, de Spike Jonze (2013)
Uma Separação, de Asghar Farhadi (2011)
Vergonha, de Steve McQueen (2011)
Vício Intrínseco, de Paul Thomas Anderson (2014)
Whiplash, de Damien Chazelle (2014)

Artigo escrito por Tiago Resende em www.cinema7arte.pt

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Se disséssemos que éramos um bando de miúdos, um tanto sonhadores, que queriam fundar um site para escrever sobre cinema e que, por algum desígnio divino, pudéssemos fazer da vida isto de escrever sobre a sétima arte, seria isso possível? A resposta é óbvia: dificilmente. Todavia Isso não impediu o bando de criá-lo em 2008, ano da fundação do Cinema Sétima Arte. O espírito do western tinha-se entranhado em nós…
“A atividade crítica tem três funções principais: informar, avaliar, promover”. É desta forma que pretendemos estimular o debate pelo cinema.
Acima de tudo, escreveremos sempre como cinéfilos, esses sonhadores enamorados da sétima arte.
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Portuense mas reside em Viseu desde 2015 e é apaixonado por cinema e política. É administrador do site Cinema Sétima Arte, programador de cinema no espaço Carmo 81 e fez parte da equipa que reabriu o Cinema Ícaro, em Viseu, com o Desobedoc 2018. É ativista na Plataforma Já Marchavas, que organizou a 1.ª Marcha LGBTI+ de Viseu, em 2018.

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