Abate de árvores em São Pedro do Sul gera contestação da população

Foto de Nuno Campos | Interior do Avesso
Foto de Nuno Campos | Interior do Avesso
No passado dia 2 de Fevereiro, o abate de dois carvalhos seculares em Passos, no concelho de São Pedro do Sul, levou a contestação da população local. Estas árvores são autênticos símbolos culturais, ambientais e existem formas de os classificar e preservar.

Segundo a população, as árvores não apresentavam qualquer dano estrutural, mas hipoteticamente poderiam representar perigo para os transeuntes. 

Nuno Campos, activista ambiental de São Pedro do Sul, afirma que “o sentimento que me assolou foi de incredibilidade. Num tempo em que uma árvore deveria ser um símbolo de esperança e de futuro, o Município de São Pedro do Sul promove o desaparecimento de dois gigantes verdes. Já pedi, como é hábito, explicações sobre tal acto e às entidades competentes”.

 

Relembramos que as árvores em questão são da espécie Carvalho Alvarinho (Quercus Robur) e que dada a sua dimensão e idade eram consideradas uma referência do concelho. Nuno Campos comunicou ao Município de São Pedro do Sul que as árvores em questão “possuíam todos os parâmetros para serem registradas como árvores monumentais, e com isso ser protegida ao abrigo da lei”. 

 

Para enquadramento diz que “é um dos embaixadores de um projecto nacional, de fundamento europeu – VACALOURA.PT – que visa não só a protecção do maior escaravelho europeu, Lucanus cervus, conhecido como vaca-loura, mas também a conservação, sensibilização e expansão do seu habitat, precisamente toda a floresta autóctone e especificamente o Carvalho Alvarinho (outra tão característico da nossa região). Para referência, a recolha de informações que dinamizamos no concelho, consta como uma referência nacional, sendo que está a servir de exemplo e utilizada para uma série de estudos científicos pelas maiores entidades nacionais e europeias afectas ao tema. Sendo esta espécie protegida por directivas comunitárias, nomeadamente pela Directiva Habitats e a Convenção de Berna, os seus habitats devem ser protegidos por forma a salvaguardar a existência da espécie a longo prazo, algo que o abate destas árvores em particular e de tantas outras semelhantes”. 

 

Nuno Campos conclui referindo que “é com pena que as vemos desaparecer, no entanto sabendo que a vida das pessoas se encontra em primeiro lugar e acreditando que o abate exemplar veio como último recurso opcional para a sua gestão. Solicitei uma apresentação de um relatório que fundamente a opção com análises técnicas especializadas no que diz respeito aos aspectos de cariz fitossanitário e biomecânico das árvores. O meu dever cívico e de cidadania, obriga-me a pedir explicações. Principalmente nos dias de hoje que enfrentamos uma luta climática sem comparação histórica”.

 

Escrito por DG

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