O Bloco de Esquerda questionou em janeiro o Ministério do Ambiente e da Ação Climática relativamente à situação de isolamento de populações devido aos abatimentos na antiga mina de Jales. Na resposta à questão o Ministério refere que no imediato não poderá haver intervenção porque a dimensão dos vazios que justificaram o abatimento não o permitem.
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda queria saber quais eram os problemas concretos que causavam os abatimentos, a disponibilização das conclusões dos estudos e ensaios de suporte técnico, bem como a previsão da requalificação da mina de forma a garantir a acessibilidade e segurança da EM 1172-1, via fundamental para as populações que serve.
Em relação ao problema que causou o abatimento o Ministério refere que não foram impostos planos de monitorização e comportamento dos solos em 1993 quando se realizou o encerramento da mina, referindo também que o acesso à mina é difícil, o que por inerência dificultou a análise do abatimento.
“As interpretações e reinterpretações já realizadas permitem associar os abatimentos a “subsidências” nas antigas infraestruturas mineiras, com caráter pontual e localizado. Ressalve-se, no entanto, que a dimensão e as causas dos abatimentos só poderão ser identificadas, com certeza, após a realização de ensaios complementares envolvendo sondagens, que estão previstas prioritariamente na zona dos abatimentos. As sondagens serão, posteriormente, alargadas a toda a área das galerias, em função dos resultados da monitorização robusta e contínua.”
Relativamente às conclusões dos estudos o Ministério refere que a investigação se concentrou no abatimento de abril de 2018. Referindo que como as conclusões são limitadas e como os estudos devem ser prolongados num prazo de 2 a 3 anos, se entende que “os mesmos se deverão manter restritos aos técnicos especialistas, que em articulação com a EDM, estão a reinterpretar as informações geotécnicas evidenciadas.”
Quanto à previsão para a requalificação da mina, de forma a garantir a acessibilidade e segurança da EM 1172-1, referem que de momento não é possível iniciar as obras com segurança e que por esse mesmo motivo se irão realizar investigações adicionais, e que somente após estas, se poderá “concluir sobre a utilização do Quintal e da Estrada em condições de segurança”.
Escrito por JL