Esta situação também serviu para o esvaziamento reivindicativo do MUAP, que perdeu força após as eleições autárquicas de 2017, momento em que os presidentes de Câmara e candidatos começaram a anunciar reduções do preço de água e uma renegociação do contrato de concessão que nunca se transformou em medidas concretas e objetivas.
Em plena pré-campanha autárquica para as eleições de 2017, com pompa e circunstância, os presidentes das cinco Câmaras Municipais e abrangidas pelo abastecimento da Águas do Planalto, mas também candidatos, anunciaram que estariam a negociar novas condições do contrato de concessão tendo em vista a redução do preço da água.
Em julho de 2018, o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, anunciou que o preço da água iria baixar 20%.
Também neste mês, Mário Loureiro, presidente da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão, anunciou que iria reduzir até 70% o valor do preço da água no âmbito da tarifa social, mas a Tarifa Social Automática continua sem aplicação nestes cinco concelhos.
Em junho de 2020, numa Assembleia Municipal, o Presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, informou que estaria a decorrer uma mesa negocial com o objetivo de renegociar o contrato de concessão. Os participantes nessa mesa seriam as autarquias, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e a empresa Águas do Planalto.
As promessas foram-se multiplicando ao longo dos últimos anos numa tentativa de secar qualquer reivindicação da sociedade civil devido aos elevados preços da água. Enquanto decorre uma mesa negocial interminável, estes cinco concelhos continuam a pagar das faturas mais caras do país.