Bloco teme consequências da parceria entre Rodonorte e Rede Expressos em Bragança

Foto por Interior do Avesso
A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda Bragança está preocupada com a situação do transporte coletivo de passageiros no distrito, resultante do acordo de parceria entre a Rodonorte e a Rede Expressos.

A Rede Expressos e a Rodonorte anunciaram a 25 de novembro uma parceria nos transportes públicos coletivos que passou a ser conjunta. Segundo a rádio brigantia, mesmo havendo mais horários de autocarros os utilizadores queixam-se da redução na oferta de autocarros diretos e a subida do preço das encomendas, bem como o aumento do preço dos bilhetes em alguns trajetos específicos.

O Bloco de Esquerda, em comunicado, lamenta o facto de não existirem serviços públicos de transporte no distrito. “A ferrovia continua a ser uma miragem, e os transportes rodoviários são assegurados por privados, que quando não têm lucro acabam por suprimir o transporte. Já aconteceu em Vinhais no Verão passado e tememos que volte a acontecer.”

Consideram ainda que a CIM Terras de Trás-os-Montes e as Câmaras Municipais tem que estar atenta e pressionar estas empresas, não admitindo que seja encerrada nenhuma ligação. “Não podemos esquecer que ao abrigo do PART (Plano de Apoio à Redução Tarifária) a maior parte do orçamento vai diretamente para a Rodonorte e a Rede Expressos e por isso, num mínimo, devem cumprir esses requisitos.”

Para Fernando Sarmento do Bloco de Esquerda, o distrito de Bragança tem grandes distâncias inter-concelhias, “com estradas sem grandes condições, por isso, o transporte de passageiros deve estar ao serviço das pessoas, e não das empresas privadas. “Com esta parceria, deixa de existir sequer um equilíbrio de preços resultante da concorrência e passa a existir um completo monopólio.”

“Pelo que soubemos, já existiu um grande aumento de preço nas encomendas e em algumas viagens, bem como a eliminação de algumas ligações, sem avisos nem explicações. Tememos ainda pelos trabalhadores, pois em operações deste tipo, costumam ser os primeiros a sofrer na pele as consequências”.

Escrito por JL

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