A associação ambientalista Zero e o Movimento Escolas sem Amianto lançaram uma plataforma para recolher denúncias e queixas sobre a presença de amianto nas escolas do país. Pretendem criar uma lista que ajude as comunidade educativas a reivindicar a remoção de amianto.
“Há Amianto na Escola”. Movimento Escolas Sem Amianto e associação ambientalista ZERO têm repetido este alerta que se aplica a diferentes escolas. Agora, os dois movimentos juntaram-se para criar uma plataforma com este nome com o objetivo de recolher informações “em todo o território nacional” de escolas que tenham este material cancerígeno.
Os ambientalistas apresentam duas vias para fazer chegar a informação: ou através do e-mail amiantonaescola@gmail.com ou preenchendo o formulário on-line. Depois, as denuncias serão acompanhadas e verificadas pelos responsáveis do MESA e da ZERO e constarão de uma listagem nacional.
O coordenador do MESA, André Julião, explica que “não existe uma lista oficial pública e exata do número de escolas com amianto de norte a sul do país” por isso pretende-se disponibilizar “uma ferramenta acessível a todos e que permita conhecer o real estado do parque escolar no que se refere à presença de amianto”. E esta lista deve incluir “não só as escolas públicas, sob tutela do Ministério da Educação ou das câmaras municipais, mas também os colégios particulares e escolas privadas em geral que contêm amianto”.
É por não se conhecer a verdadeira dimensão do problema que Íria Roriz Madeira, arquiteta e membro da ZERO, coloca a possibilidade desta ser “porventura bastante maior do que o que as entidades oficiais reportam”. Até porque o diagnóstico efetuado nas escolas é “baseado, sobretudo e quase exclusivamente, na presença de fibrocimento, existindo muitos outros materiais potencialmente contendo amianto que podem não ter sido removidos nas escolas já sujeitas a intervenção onde apenas foi identificado e retirado o fibrocimento”.
A informação recolhida servirá para ter “um retrato fiel do flagelo do amianto e uma noção exata da sua dimensão” que tornará “possível traçar uma estratégia credível e exequível para a remoção do amianto de todas as escolas do país”. Mas os ativistas não se procuram substituir aos deveres do governo: “esta é uma resposta à ausência de um documento oficial, mas nunca o poderá substituir, constituindo apenas uma base de trabalho, um ponto de partida, continuando a ser urgente e essencial a divulgação de uma lista do Ministério da Educação”, acrescenta a ativista da Zero.