Os 3 projetos concluídos, no âmbito do plano de investimentos Ferrovia 2020, correspondem a apenas 5% do número de quilómetros que deveriam ter sido construídos ou alvo de manutenção e modernização até 31 de dezembro de 2020.
Da totalidade dos 20 projetos de construção e modernização da ferrovia, previstos no plano de investimento Ferrovia 2020, 18 deveriam estar concluídos até ao último dia de 2020. No entanto, segundo avançou o Público, apenas 3 destes projetos foram já concluídos.
Da lista anunciada no âmbito deste plano de investimento pela Infra-Estruturas de Portugal, em 2016, constava ainda o corredor ferroviário Aveiro-Mangualde, um projeto que entretanto foi chumbado por duas vezes pela Comissão Europeia por falta de rentabilidade e, nesse seguimento, cancelado.
Nenhuma das datas anunciadas em 2016 foram cumpridas, segundo o Público, tendo as datas de conclusão de pelo menos 9 projetos sido adiadas para 2023, e 3 dos projetos anunciados não chegaram ainda sequer a sair do papel: a modernização de dois troços da linha do Norte e a eletrificação da Linha do Douro entre Marco e Régua. Além disso, a maioria dos investimentos não contempla o aumento da velocidade dos comboios.
Em fase final de execução estão, por exemplo, as obras para reabertura do troço Covilhã-Guarda, na linha da Beira Baixa. Mas por outro lado, na Linha da Beira Baixa, dividida em 6 troços, só começarão as obras a sério, previsivelmente, dentro de 9 meses.
Contas feitas, são 3 as obras concluídas, das quais consta uma variante da Linha da Beira Baixa à Beira Alta, uma ligação de apenas 2 quilómetros nas imediações da Guarda. Outro dos projetos terminados, localizado no troço Alfarelos-Pampilhosa, tratou-se somente de uma obra de reparação de infra-estruturas degradadas. O terceiro projeto concluído foi a modernização de um troço de 11 quilómetros entre Évora e a fronteira.
“Entre 2009 e 2016 passámos uma época muito difícil em que se desinvestiu na ferrovia e se deixou de ligar à engenharia e aos próprios engenheiros”, explicou ao Público Mineiro Aires, presidente da Ordem dos Engenheiros, acrescentando que “as empresas tiveram que optar pela internacionalização, que é uma fuga forçada para a frente”.
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