O ministro do Ambiente afirmou que as negociações com Espanha sobre a gestão do caudal do Tejo estão bem encaminhadas. A ProTejo insiste na revisão dos caudais e nas compensações às autarquias afetadas pelo impacto ambiental do esvaziamento da barragem de Cedillo.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática afirmou esta segunda-feira à TSF que a emergência no caudal do Tejo “está ultrapassada”. Matos Fernandes referiu-se ao encontro do embaixador português em Madrid com o governo espanhol, no qual terá recebido garantias acerca da normalização da situação da barragem de Cedillo até 15 de dezembro.
As descargas que provocaram o quase esvaziamento da barragem em setembro, libertando em média 14 milhões de metros cúbicos por dia para cumprir o caudal anual acordado com Portugal, não foram compensadas a montante pelas outras barragens, acabando por secar os rios Sever e Ponsul.
Para os ambientalistas da ProTejo, é necessário agora que sejam feitas “as compensações necessárias dos impactos ambientais que existiram e também as indemnizações em termos dos impactos económicos e sociais”.
Ouvido pela agência Lusa, Paulo Constantino, porta-voz deste movimento, desejou “toda a boa sorte” para as negociações que se seguirão com Espanha, insistindo na necessidade de rever a Convenção de Albufeira no sentido de garantir caudais contínuos, aumentando o caudal mínimo acordado há 20 anos de 2.700 hm3/ano para 4.050 hm3/ano, aproximando-se assim do que tem sido o escoamento efetivo ao longo desta década.
“O escoamento médio anual dos últimos oito anos foi muito superior àquilo que é o caudal que está na Convenção de Albufeira. É mais do dobro desse caudal. Existem condições para existir um maior caudal nessa convenção e esse caudal seja distribuído ao longo do ano de uma forma mais regular”, sublinhou Paulo Constantino.
Artigo publicado em Esquerda.net