ProTEJO acusa o Governo de “atirar areia para os olhos dos portugueses” defendendo que a divisão de caudal mínimo semanal com Espanha “não resolve o problema da escassez e volatilidade de caudais”.
Segundo notícia da Lisa, o proTEJO exigiu esta quinta-feira a recusa da distribuição do caudal mínimo semanal para o rio Tejo acordado com as autoridades espanholas, acusando o Governo de estar a “atirar água para os olhos dos portugueses”.
Como solução para os problemas com o caudal do Tejo, o movimento ambientalista defende caudais ecológicos e exige que o Ministério do Ambiente não aceite os “falsos caudais diários que apenas satisfazem os interesses das hidroelétricas espanholas”, pode ler-se numa nota.
A reação surge depois do anúncio, divulgado na quarta-feira pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, de que as autoridades espanholas estão disponíveis para distribuir para o rio Tejo o caudal mínimo semanal acordado entre os dois países de forma “o mais uniforme possível”.
Porém o movimento sustenta que isto não resolve o problema: “a distribuição do atual caudal mínimo semanal [7 hm3] pelos sete dias da semana […] não resolve o problema da escassez e volatilidade de caudais, sendo que o caudal diário de 1 hm3 continuará a representar apenas 13% do caudal anual que está previsto na Convenção de Albufeira” e “em nada altera os insuficientes caudais em vigor”.
O “mínimo”, acrescenta o movimento citado pela Lusa, seria o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, “fazer vingar na negociação com Espanha a distribuição do caudal anual de 2.700 hm3 na sua totalidade [100%] pelos trimestres, semanas e dias num caudal ecológico contínuo e regular medido em m3/s que permitiria triplicar estes caudais, acréscimo especialmente importante no trimestre de Verão [quando há mais escassez de água] de 17 m3/s para 45 m3/s”.
Para o proTEJO, tal seria possível se Portugal assumisse o caudal anual que já está acordado na Convenção de Albufeira e fosse a parte a ditar como seria feita a sua distribuição total ao longo dos trimestres, semanas e dias.
Mas o movimento vai mais longe e reitera necessidade urgente de rever a Convenção de Albufeira, que vigora há 23 anos, que prevê “a definição de um regime de caudais ecológicos em substituição do regime transitório de caudais mínimos fixados política e administrativamente”.
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Ambientalistas defendem caudais ecológicos para resolver escassez de água no rio Tejo