Manifestação convocada para Lisboa, Porto e Faro pelo CENA-STE, teve uma réplica em Vila Real, promovida pela Filandorra.
Na convocatória deste sindicato, podemos ler que “Passaram três meses desde que a pandemia mudou a vida de todos e de forma muito violenta a dos músicos, trabalhadores de espectáculos e do audiovisual. Num sector em que domina a precariedade, os efeitos são catastróficos e à medida que o tempo passa, sem que sejam tomadas medidas de emergência e de fundo, as consequências são cada vez mais devastadoras e auguram um efeito prolongado sobre a vida dos profissionais e sobre a Cultura”.
Esta estrutura sindical diz que “milhares de trabalhadores viram já os seus rendimentos suprimidos ou drasticamente reduzidos e não antevêem qualquer protecção nos tempos próximos, que se adivinham sombrios”, isto naquele que é “um sector precário, empobrecido e indefeso, um sector que carece há muito tempo de um enquadramento legislativo adequado, que tenha em conta as suas características.”
Filandorra associou-se à manifestação nacional dos trabalhadores da cultura, tendo feito uma performance esta quinta-feira na Praça do Município de Vila Real, com forma de “dizer com clareza o que pretendemos [Filandorra] para a cultura no país e no interior em particular, reforçando a coesão nacional.”
David Carvalho, diretor desta instituição que teve atribuição ZERO de apoio no último concurso nacional da DGartes numa candidatura elegível, “não fosse a rede de protocolos que temos por parte das autarquias da região, e que neste momento são já 21, já teríamos fechado portas, ou seja, acabaria uma instituição com 34 anos de vida e todo o trabalho desenvolvido com escolas, cidades, vilas, meio rural, representando autores nacionais. Parece-nos que a senhora Ministra atingiu o limite da saturação”.
Neste protesto os membros desta companhia apresentaram-se com a indumentária das personagens do Frei Luís de Sousa, espetáculo que estava em digressão e que foi interrompido. Os atores apresentaram-se de pés e mãos atadas e com a sinistra “figura da MORTE do MC – Cemitério da Cultura”. Este também uma criança, representativa do futuro, tendo sido lidos dois poemas, um de Sofia de Melo Breyner – Pranto deste dia – e outro de Miguel Torga –Sisifo.