Em declarações ao Jornal do Centro, o deputado Pedro Alves, do PSD, pede que a solução seja encontrada “no mais curto espaço de tempo” e, para isso, diz que pode ser necessário haver portagens.
“Se a solução (ligação Viseu/Coimbra) que se venha a encontrar for uma solução com portagens de Santa Comba Dão para Coimbra, naturalmente que haverá uma requalificação suficiente ao nível da segurança do IP3 que manterá uma alternativa não portajada. Se essa for a solução, esta será a alternativa”, afirma o agora deputado que critica o governo do PS por ter completado apenas uma parte da obra, o troço entre Santa Comba Dão e Tondela.
No entanto, numa Assembleia Municipal de Viseu de setembro de 2023, o PSD votou favoravelmente à moção apresentada pelo Bloco de Esquerda pela urgente requalificação do IP3. A moção do Bloco, aprovada por unanimidade nessa Assembleia, exigia que essa ligação entre Viseu e Coimbra fosse dotada de “condições de segurança, comodidade e funcionalidade, mas sem portagens.”.
Solução ‘PowerPoint’ do último governo PSD e CDS era estrada portajada sem alternativas
Durante o governo da PAF (PSD/CDS), a 7 de agosto de 2013, foi apresentada a solução de parceria de público/privado a que chamaram “Via dos Duques”, que se baseava no “aproveitamento de um ativo importante, ou seja, um troço de autoestrada existente que significa mais 25% da distância entre os 2 destinos”, traduzindo, uma ligação a ser construída em cima da IC12 e do IP3, sem que houvesse alternativa sem portagens no actual troço da IC12, entre Canas de Senhorim e Santa Comba Dão e no actual troço do IP3 entre Santa Comba Dão e a Aguieira.
A apresentação ia mais longe no ‘modelo de negócio’, propondo a “rentabilização de um investimento recente da IP no atravessamento da Barragem da Aguieira”, a ponte então construída para substituir a antiga em risco de ruína.
Quanto ao percurso restante do IP3, e as promessas de requalificação, o então Secretário de Estado, Sérgio Monteiro, terá afirmado numa entrevista ao Jornal do Centro que não haveria nenhum empresário que fizesse uma autoestrada se o Estado requalificasse o IP3.
Indicador desse desfecho, é o troço na região de Viseu antigo IP5 (que sobrou depois da construção da A25), onde a requalificação tem sido tema de controvérsia entre a autarquia de Viseu e o Governo Central.