Vilar Formoso: a Fronteira da Paz

Fronteira da Paz
Fronteira da Paz
Foto por Município de Almeida | Facebook
Vilar Formoso, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, era a principal porta de entrada no país para quem fugia do nazismo, durante a II Guerra Mundial. É lá que está erguido um memorial designado por Fronteira da Paz, aos refugiados e a Aristides de Sousa Mendes.

A Fronteira da Paz, localiza-se junto à estação ferroviária, onde estavam armazéns antigos. Apresenta seis núcleos expositivos: “Gente como nós”, “O início do pesadelo”, “A viagem”, “Vilar Formoso – Fronteira da Paz”, “Por terras de Portugal” e “A partida”.

Este é um projeto de arquitetura e museografia (da arquiteta Luísa Pacheco Marques, com Milena Raposo e João Gomes) que simboliza uma busca de liberdade e o que terão vivido os refugiados com a subida de Hitler ao poder.

Um artigo do Evasões, partilha uma visita ao espaço, orientada pela historiadora Margarida de Magalhães Ramalho, responsável pelo comissariado e pela investigação.

O núcleo “Início do pesadelo” é o início da viagem e foca o período entre 1933 e 1940, quando a maioria dos refugiados chega a Portugal. As paredes vão afunilando, tornando o corredor desconfortável e opressor.

Nas paredes podem ser vistas fotografias e informações alusivas a 1933, anos em que os livros prescritos pelo regime nazi começaram a ser queimados. Foram eliminados ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência ou depressão. 1940 é o ano em que os judeus foram obrigados a usar uma estrela de pano amarelo e impedidos de utilizar os transportes públicos.

Numa segunda fase, o caminho torna-se mais quente, continuando o desconforto e a vontade de avançar até chegar a Bordéus. Aqui surge uma fresta de luz, que simboliza a sorte que muitos tiveram de conseguir um visto de Aristides de Sousa Mendes.

Entre as vidas salvas pelo cônsul, além dos milhares anónimos, estão nomes como o pintor surrealista Salvador Dalí ou a atriz Madeleine LeBeau, que conseguiu chegar aos Estados Unidos e entrou no filme “Casablanca”.

Numa última zona, dedicada a Portugal, já existe mais luz e já se respira melhor. Aqui há, por exemplo, testemunhos em vídeo e notícias da época. No final pode ver-se uma parede com fotos contemporâneas, em permanente atualização, de famílias que devem a sua existência a Aristides de Sousa Mendes.

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