Estar sempre a escrever ou a falar sobre a mesma coisa torna-se desgastante e mantém a minha cabeça sempre a “matutar no mesmo” ou será o “mesmo de sempre” que me leva a escrever vezes sem contas sobre “o mesmo de sempre”?
Violência doméstica!
O ano de 2018 marcou um crescendo do número de mulheres mortas por companheiros, ex companheiros (24 mulheres, mais 6 do que em 2017) …e só no primeiro mês de 2019 foram mortas mais 9 mulheres! Para reforçar temos uma vergonha de Conselho Superior da Magistratura que nem uma multa deu ao juiz Neto de Moura, autor de um acórdão em que minimizou um caso de violência doméstica pelo facto de a mulher agredida ter cometido adultério, atribuindo apenas uma advertência.
Mas afinal o que é que se passa?
Pois não fico sequer surpreendida, tudo isto tem promovido a impunidade dos agressores.
Só o facto de ainda ser preciso esconder uma mulher com @s filh@s porque um homem a coloca em risco de vida é continuar a legitimar as acções dos agressores (como se estivéssemos a lidar com uma máfia qualquer).
A palavra prevenção tornou-se banal e apesar de estar carregada de boas intenções não chega! É preciso actuar implacavelmente no campo penal. Os agressores não podem continuar a sentir-se “à vontade” ou porque levam penas leves efectivas (raro), pulseira electrónica ou penas suspensas.
Façam casas abrigo (prisões) para os agressores, prendam-nos, tratem-nos, eduquem-nos…façam o que têm de fazer mas, deixem as mulheres/crianças e jovens viver as suas vidas com as suas famílias, sem medo e sem terem que fugir.
Relembro que o BE propôs no Parlamento várias iniciativas legislativas sobre esta matéria que foram chumbadas e desvalorizadas (a geringonça não serve para tudo como algumas pessoas pensam).
Muit@s vão dizer “ela só escreveu violência doméstica no feminino!”. Pois claro, infelizmente é mesmo de femicídios que estou a falar! Mulheres que foram assassinadas por aqueles que alegadamente diziam gostar delas, por meio de violência extrema: esfaqueamento, asfixia, estrangulamento, espancamento, tiro e fogo. Gostar? Amar?
Pode ser desgastante mas temos que continuar a lutar todos os dias para que as mentalidades mudem e que todas as mulheres e todos os homens sejam feministas e trabalhem em conjunto para a igualdade de direitos.
Nascida em Viseu em 1967, é sobejamente conhecida na cidade que a viu crescer, pela dedicação e alegria com que se empenha na sua intensa actividade profissional, cívica, desportiva, associativa, sindical, cultural e política. Professora de Educação Física e Mestre em Atividade Física e Desporto. De 2008 a 2013 foi presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Viseu. Actualmente é dirigente sindical (SPRC Viseu, FENPROF), foi membro da Direcção da FRAP (Federação Regional de Associações de Pais) de Viseu, Membro da Associação de Professores de Educação Física - APEF VISEU. Membro da Comissão Concelhia de Viseu e da Comissão Distrital de Viseu do BE. Esta autora escreve segundo o antigo acordo ortográfico.