Na semana passada afirmamos que as marchas vem com o intuito de ensinar às pessoas o que é ser LGBTI+ e para relembrar a todos os direitos conquistados por esta comunidade. Mas afinal o que é são essas siglas?
Inicialmente a sigla era apenas GLS, mas foi evoluindo para LGBTI+, L de Lésbicas, G de Gays, B de Bissexuais, T de Trans, I de intersexo e o + representa todos os outros grupos que não se sintam representados nas anteriores, como por exemplo os assexuais.
Existem 4 conceitos fundamentais que é necessário diferenciar, o Sexo biológico, a Identidade de Género, a Expressão de Género e a Orientação sexual.
Sexo biológico são as características biológicas que definem os seres humanos como mulher ou homem assume se frequentemente que é o sexo genital associado a capacidades reprodutivas (cromossomas, genitais, gónadas, hormonas).
Identidade de género é como o individuo se sente relativamente ao género com que se identifica (género feminino ou masculino) independentemente do seu sexo biológico.
Uma pessoa transgénera é um indivíduo que rompe com as expectativas sociais e do género associadas ao seu sexo biológico, alguém que sente que a sua identidade de género é diferente do seu sexo biológico. Algumas pessoas transexuais desejam mudar o seu corpo através da modificação da aparência por meios cirúrgicos ou farmacológicos, entre outros como alteração do comportamento, do vestuário, da expressão verbal e corporal.
Expressão de género ou simplesmente Género refere-se aos atributos e expectativas que a sociedade constrói associados ao sexo biológico seja nos comportamentos, bem como na forma de vestir, de se apresentar, o aspeto físico, gostos e atitudes. Esta expectativa social varia consoante a sociedade e o tempo em que vivemos. Inclui-se num contexto sociocultural mais abrangente, no qual se integram outros fatores importantes para a sua análise como a origem racial e étnica, a idade, o nível de pobreza entre outros muitas vezes usados para categorizar demograficamente a sociedade.
Por fim, a Orientação sexual é por quem o indivíduo se sente atraído afetiva e sexualmente. Heterossexual é quem se sente atraído por pessoas de género diferente, Homossexual é quem se sente atraído por pessoas do mesmo género, e Bissexual é quem se sente atraída por ambos os géneros.
E afinal quais são os direitos já conquistados?
De modo resumido os principais direitos são: Desde 1982 que em Portugal se descriminaliza a homossexualidade, em 2001 passam a ser reconhecidas as uniões de Facto a casais de pessoas do mesmo sexo, em 2010 o casamento é estendido a casais de pessoas do mesmo sexo, em 2015 é aprovado no parlamento a adoção e apadrinhamento civil de crianças por casais do mesmo sexo e mais recentemente o direito ao acesso à Procriação Medicamente Assistida (PMA) e a lei da autodeterminação da identidade de género e expressão de género. Paralelamente a estas medidas muitos outros avanços sociais e laborais foram sendo conquistados, não só em atualizações ao Código Penal como à inclusão de referências à igualdade na Constituição Portuguesa, atualizações ao Código de Trabalho, criação de normas orientadoras bem como aprovação de diplomas em diversas áreas.
Longe do ideal, Portugal é um dos países que mais defende os direitos da comunidade LGBTI+, vários estudos o comprovam, contudo temos de mitigar a diferença entre a lei e a sua aplicação real temos de continuar a marchar para que a igualdade legal corresponda também a uma igualdade social
Nascida em Valpaços, licenciada em engenharia pela UTAD. Ativista inconformada, fui membro da Membro da Catarse - Movimento Social, movimento que luta contra qualquer atentado à liberdade/dignidade Humana. Neste momento mesmo distante não deixo de lutar contra as desigualdades do interior.