Manifesto madrugada

Foi numa longa noite
Em que o frio estremeceu
Até àquela madrugada
Que aqueceu os nossos corações,
Nascendo,
Sob uma esperança fértil e húmida,
Flores vermelhas
Nas nossas selhas,
Cravos encarnados
Rompendo os encadernados
A tinta azul atados.

Foi numa longa noite
Que o povo te adormeceu
Forçado por aquela escuridão
Até àquela madrugada
Em que se soltou e se deu
Um canto outrora reprimido
Em tom sincero e grave,
Que terminou o tempo agudo
Que ensurdecia,
Cegando os versos
Dos livres pássaros,
Voando,
Recusando tais passos.

Agora é dia,
É dia
Enquanto os pássaros voando
Cantarem
E as flores brotarem em tons de vermelho.

Urge que não se pisem as flores
Nem se abatam os pássaros!

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O renascer da arte a brotar do Interior e a florescer sem limites ou fronteiras. Contos, histórias, narrativa e muita poesia.

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Paulo Rodrigues, Santa Comba Dão, começou a escrever muito cedo.
Participou em várias coletâneas de poesia, prosa ou contos infantis organizadas por vária editoras como a "Orquídea Edições", "Lua de Marfim" e "Modocromia". Escreveu também por diversas vezes em edições "Sui Generis" e a prestigiada "Chiado Books".
Colaborou na organização da fanzine lançada em Santa Comba Dão, "Cabeça Falante", que inaugurou a editora recém-criada "Canhoto Esquerdino R", onde foi Assessor de Comunicação não remunerado.
É criador e administrador do blog "lagrimasdavida.blogspot.pt"

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