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Título: Arte antropofágica
Se a minha buceta tivesse dentes
Eu te mastigava toda
Em um ritual antropofágico
Se a minha buceta tivesse língua
Eu lamberia seu sangue
Até suas veias cederem
Em uma pintura abstrata
Dessa forma,
Você seria minha
Para sempre imortalizada
Em meu estômago quente
Ou em uma tela frígida
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(Sem título)
Grande buceta andante
Dois mais dois são dois
Nada soma nada subtrai
Constante constante
Sem cessar
Roda roda
Dois mais dois são três
Mais uma dor na equação
Sono sono sono
Roda roda roda quebra
Roda quebra
Cai
Dois mais dois são cinco
Nunca quatro
Nada soma nada subtrai
Olheiras olhos olheiras
Vermelhos olhos vermelhos
Lágrima seca seca lágrima
Seca seca seca
Olheira vermelho seca
Dois mais dois são zero
Por que?
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Título: Coimbra
E esses muros
Secos velhos e úmidos
Quantas lágrimas
Por lá passaram
E quantos amores!
Mil amores!
Ah se esses arcos fossem tão curvados quanto a ética
Ah se esse chão fosse tão duro
Quanto a vida
Os galhos se retorcem
Na medida da prosa
Cada dia o inverno penetra mais
Em minha alma perdida
Mas isso são só pesares
De uma velha sozinha
Autoria de Ana Haeitmann