Perante o lume espesso deixo os pés aquecerem sem excesso
No calor das chamas da madeira com história inteira até ao aqui e agora.
Foram árvore, albergue para ninhos de passarinhos, sombra fresca nos verões
escaldantes, testemunhas silenciosas de arrebatadoras paixões.
Oh frondoso ser vivo enraizado na terra sempre a crescer em direção à luz solar
Para oxigenar o ar planetário sem pedir nada em troca.
Oh elemento essencial para quebrar a monotonia na linha do horizonte
Num dia cinzento passado no monte com aragem fresquinha a passear pelo corpo.
Sem pensamento lógico abraço-a, beijo-lhe o tronco robusto
Tal qual beijaria o rosto de Calisto num qualquer museu europeu.
Dadora de vida, protetora dos amantes, inspiração para poetas
Imaculada és, sedutora continuas e paixão eterna acarretas.
Amo-te-nos, árvore!