Abri a porta de casa, tinha uma folha caída na eira
Fechei a porta e montei na minha pasteleira.
Desci a Rua da Bica, comprei um rebuçado na tasca do Virgilinho sem pedir vinho
Cresci na Órbita d’um adivinho com pedal
Mas estanquei no dia do primeiro funeral.
Voltei ao essencial e continuei a pedalar na bicicleta
No Rossio da aldeia fleti à esquerda para a rua do alfaiate até ao pátio da avó.
Não morava lá já, tinha ido em cerimoniais negros e sem arte
Só os pedais pediram eternos memoriais até ao cemitério
Nesse mistério da morte começou a minha sorte.
Quando fechei a porta de casa a folha continuava lá!