Nada no Todo

Terra
Terra

Tenho dez mil maneiras para te amar Mãe Terra

Em dez mil maneiras de acontecimentos iremos viver aqui à beira do mar

Dez mil peneiras nunca ofuscarão a luz solar que nos anima e aquece.

Vem calor e germina as dez mil sementes das amendoeiras

Extravasa a cor feminina da Natureza

Mantém a subtileza da tua obra numa eterna beleza.

Sinto aconchego nesta ilha de amores viajando pelo Universo

Desejo negar neste verso os horrores que infligem ao Planeta

Há quem com atitudes inconscientes treslouquem o propósito

Universal da harmonia física entre matérias.

Vencidos por objetos materiais concluem o que são

Sem alcançarem por todos nós a humanidade.

Países, governos e famílias caem nas fundas hipocrisias das sacristias

E eis que emergem os grandes atentados às raízes.

Nunca pensei que precisava de sete biliões de gente para salvar a Mãe Terra

Começo a chorar dez mil lágrimas d’um anacoreta

Moldado pela incomensurável virtude mística.

Neste miserável corpo sinto aflições por o ter

E neste poder ao sentir a dor física

Ganho a vida sem nenhum lenho.

Mas quem vive na Terra sabe que não está sozinho no Universo

Aproveita sempre as colheitas sem maleitas.

Espera pela redenção para ver quem não fica sem inquietação

De ser diferente na dignificação de salvar o planeta.

Até ao presente meu nome não mudei

Ainda estou aqui com dez mil maneiras para tornar a Mãe Terra eternamente viva

A mãe no universo viaja à volta do Sol sem ninguém sentir

Nesse girar pesa a bagagem para ir distante até conhecer a distância

Entre o claro e o escuro

Paro onde se recomeça a patada do cão

Amigo que vale por um mundo ameaçado que se aproxima da extinção

Então aparece o desfecho sem arrogância

E o cão sem ganância é nobre na casa do dono que só dorme sem sono

Com inelutável calma vence sem ter vitória

E na morte sem anulação há muita vida

São dez mil coisas que aparecem e desaparecem

Da iluminação que perde a força de querer andar

Perdurar no nosso lugar fica grande o amar sem prejudicar a paz

Nesta passagem para a outra margem

As dez mil coisas em nós florescem 

Iluminam o planeta e fortalecem a sua viagem cósmica

O sobrecéu dá-nos animação

O coração gera tranquilidade na humanidade

E a humildade é a base dum infinito viver.

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Paulo Fernandes nasceu em Abraveses, Concelho de Viseu em 1969, Bacharel no Curso de Professores do Ensino Primário, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, concluindo a Licenciatura para o 1.º Ciclo do Ensino Básico no polo de Lamego da Escola Superior de Educação de Viseu. Especializou a sua formação para Educação e Desenvolvimento em Meio Rural no Instituto de Comunidades Educativas em Setúbal.
Desenvolveu a sua atividade profissional em vários locais, incluindo São Pedro do Sul, Campia (Vouzela) e Santa Cruz da Trapa (São Pedro do Sul).
Vive nas montanhas mágicas do concelho de São Pedro do Sul, na aldeia do Candal.

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O renascer da arte a brotar do Interior e a florescer sem limites ou fronteiras. Contos, histórias, narrativa e muita poesia.

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