Pingos de chuva embrulhados em vento forte são levados para o candeeiro da rua
Desenham sem lamento imagens lavadas antes de caírem no chão empedrado
Dançam com euforia as formas informes dum novo dia.
Todos juntos desenham um rego esperançoso de vida
Rasgam com apego as encostas serranas, lapidam a pedra mais aguda sendo torrente
E escondem as panelas de ouro da moura desnuda para a Terra salvar.
Mergulham da cascata até ao poço redondo
Impondo a bela beleza da ágata, acenam adeus aos dendrobatas da foz.
Sendo maiores no rio que se alarga até ao imenso azul refletido do céu
Desaguam no oceano para serem maiores que meras gotas.
Abraçam amores no cântico de invisíveis sereias
Alcançando os futuros oceanos.
Nestes estranhos anos, o Sol nos continentes
Acompanha com o calor da alegria e do amor o livro da Terra.
Excelente poema Prof. Paulo. Ao ler senti-me parte da montanha a receber os pingos da chuva como lago refrescante.