Qualquer dia verdadeiro adormeço debaixo da árvore
Sonho ou não sonho, bebo ou não bebo trigo pela goela abaixo
Sem saborear a verdade de estar contigo.
Refresco num copo de vidro a minha sede
Vidrado continuo sem rede a saltar, a pular,
Para modelar as castanholas nas folhas enroladas daquela árvore
Vou ao adro das fontes abençoadas beber a água dos amores
Que dá sempre em momentos ausentes um quadro que nunca pintei.
Amei a pincelada alada daquela fada embasbacada
Voou por cima da escada até poisar onde queria
Era a alegria natural de amar o momento de estar no ar a voar.
Eis que num bater de asas aparece a paixão num forte fotão do Sol
Ainda vi a casca dum caracol antes de desobedecer às leis
Já não sei o que fiz mas fui muito feliz.
Sem rede
