Costuma dizer-se que no mundo sobrevivem mais de 6000 línguas, ainda que este seja um número muito difícil de precisar por serem difíceis de estabelecer limites consensuais entre as língua e os seus dialetos. Seja como for, segundo Eduardo Maragoto, elas podem agrupar-se em relaçom ao vínculo que mantenhem com os seus estados e ainda em relaçom ao horizonte temporal delas como línguas de comunicaçom vivas nas suas sociedades.
Segundo Maragoto, em primeiro lugar, estariam as desamparadas, a esmagadora maioria das línguas, mais de dous terços, que nom contariam com nenhuma expetativa de sobrevivência a médio-longo prazo, pois carecem de qualquer penetraçom no aparelho administrativo dos seus estados e nom som ensinadas nas escolas. Entre elas estariam as línguas dos milhares de povos originários espalhados polo hemisfério sul do planeta. Ao serem línguas faladas por muito poucas pessoas (centenas e às vezes alguns milhares) que nom sentem a propensom de as preservar, a vida de muitas destas línguas se pode contar em anos.
Em segundo lugar, teríamos as línguas infraestatais, muitíssimas menos, várias centenas, que som aquelas que principalmente temos na cabeça quando falamos das línguas minoritárias ou menorizadas. Elas convivem no seu próprio território com as potentes línguas dos seus estados, numa relaçom de subordinaçom, mas contam com certa tradiçom literária e som ensinadas nas escolas, embora poucas vezes sejam línguas veiculares do ensino. A Europa conta com bastantes exemplos deste tipo de línguas, como o basco ou o galês. Os falantes destas línguas som perfeitamente bilingues, de maneira que, de modo geral, a sua existência como línguas de comunicaçom para as comunidades em que resistem pode contar-se em décadas, muitas ou poucas dependendo da saúde socialingüística de partida.
Em terceiro lugar, teríamos a maioria das línguas estatais, à volta de 100, que som as usadas no ensino e na administraçom dos estados que as protegem e que provavelmente as continuarám a proteger enquanto eles nom desaparecerem. A Europa, cheia de pequenos estados de história secular, possui muitos exemplos, como o sueco ou o polaco. É provável que estas línguas, como os seus estados, podam gozar de boa saúde ainda em vários séculos.
E em último lugar terímos, segundo Galego de Todo o Mundo, a liga de ouro das línguas, as faladas por centenas de milhões de pessoas quer em países com vastos territórios quer em vários estados. Som as internacionais ou interestatais, aprendidas como primeira ou segunda língua em muitos países. Mal superam a dezena, mas som as faladas pola maior parte da humanidade nos dias de hoje. O árabe foi uma das que primeiro ganhou esse estatuto. Se não todas, polo menos ninguém tem dúvidas que muitas delas vam superar os milénios de vida.
O caso galego
A que grupo pertenceria entom o nosso galego? O galego tem um dilema. Polas políticas que lhe foram aplicadas nas últimas décadas pertence claramente ao segundo grupo, o das línguas infraestatais, podendo contar-se as suas expetativas de sobrevivência em décadas. Ora, se as políticas fossem outras, passaria ao grupo quarto, o das interestatais, com uma simples decisom administrativa que o deveria vincular ao português no ensino. A nossa língua passaria de ter um horizonte temporal de décadas a milénios. Obviamente, nom desapareceriam todos os problemas que ela tem no território galego, mas é óbvio que esse novo horizonte temporal iria ter consequências no status do galego na nossa própria sociedade.
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