Há 12 jogadores de origem argentina fechados numa casa de Miranda do Douro, sem receber, apesar das promessas da SAD da AD Oliveirense, clube de Santa Maria de Oliveira, concelho de Famalicão. Esta denúncia em texto na Tribuna Expresso de Lídia Paralta Gomes.
Os argentinos, todos entre entre os 20 e os 24 anos, viajaram para Portugal com promessa de contrato, salário, habitação e comida por parte do presidente da SAD do AD Oliveirense, Sbastian Diericx, mas a realidade é outra. Estão confinados a uma habitação, em Mirando do Douro, na terra do clube ao qual foram emprestados, o Mirandês, a 250 km de Santa Maria de Oliveira.
Segundo este artigo todos os jogadores estão “sem receber qualquer salário desde que pousaram os pés em Portugal”, há 9 meses para 11 destes jogadores e deste janeiro para um deles.
Na reportagem é garantido que o clube Mirandês está a cumprir com as promessas e a solidariedade de muitos permite que a situação não seja mais desesperante, “cozinheira do Mirandês faz-lhes almoço e jantar e o padeiro da terra ajudou-os a montar uma pequena sala de exercícios em casa”, tudo isto numa habitação assegurada “pelo emblema da A.F. de Bragança” que, apesar de antiga, tem 10 quartos.
Problema burocrático estará na origem da não inscrição destes jogadores na 3.ª liga de futebol português, motivo usado por Sbastian Diericx para justificar o não pagamento de salário aos jogadores até janeiro, altura da inscrição destes. De janeiro até agora a justificação são “situações externas” que provocaram “falhas no fluxo de caixa”. A pandemia é a terceira justificação usada pelo presidente da SAD da AD Oliveirense para o não cumprimentos das promessas.
Sem salários, estes jogadores vivem com o pouco que trouxeram, “às vezes gostavas de comprar algo para ti, algo que te daria gosto e não dá. Não podemos comprar nem sapatilhas nem chuteiras, que são os nossos elementos de trabalho. Há mais de oito meses que jogamos com as mesmas chuteiras. Alguns vão correr com as sapatilhas rotas”, diz um dos jogadores ao Tribuna Expresso, afirmando que mesmo antes da Covid-19 as limitações já eram muitas.
Atualizado a 06/05/2020