O Núcleo Concelhio da Covilhã do Bloco acusa a Câmara Municipal de ter feito o projeto cicloviário “só para o inglês ver”, referindo várias falhas estruturais na implantação da via. Algumas nem cumprem os princípios recomendados pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT). O Núcleo já tinha alertado, em Outubro de 2019, para algumas falhas estruturais no projeto.
Em comunicado, o Núcleo do Bloco salienta que “vale mais os quilómetros implantados que a segurança e o incentivo ao uso deste meio transporte pelos covilhanenses”. Os bloquistas acusam a autarquia de não seguir os princípios recomendados na Brochura do IMTT, pois “não priorizou as linhas das principais deslocações urbanas”. A justificação dada pelo Executivo Municipal de que a responsabilidade é da empreiteira que executou mal os serviços “é apenas a ponta o icebergue, pois alguns erros técnicos persistem, que resultará numa ciclovia perigosa e colocará em risco os ciclistas”, aponta o Bloco.
O partido acrescenta que “o projeto demonstra também o desconhecimento da realidade urbana da cidade, nomeadamente a sua orografia, escolhendo ruas de inclinação elevada, desconsiderando vias alternativas de menor inclinação”, também lamentam que “o projeto se limite à cidade, não contemplando a área urbana envolvente como a Boidobra, Tortosendo, Canhoso e Penedos Altos”:
O Bloco termina questionando sobre “quais foram as referências técnicas usadas para a elaboração do projecto; quais foram as pesquisas realizadas para a identificação das linhas que determinaram a prioridade de umas ruas e não outras.”
Em Outubro de 2019, o Núcleo Concelhio da Covilhã do Bloco de Esquerda já tinha mostrado a sua preocupação pelo projeto que iria ser implementado ao referir que “a primeira impressão que temos quando analisamos o projeto é que a ciclovia foi elaborada desde a janela de um carro, sem um real e profundo conhecimento das necessidades dos ciclistas”. O que se veio confirmar agora.
(Escrito por DG)