Greve Climática Estudantil saiu às ruas por mais ferrovia

No âmbito da Ação do Dia da Terra, mais de uma centena de jovens estudantes fizeram-se ouvir ontem nas ruas por todo o país. Contra a expansão da aviação em Portugal e por mais ferrovia. Semana de ações continua este sábado com um evento transmitido online.

A iniciativa contou com ações por parte de 9 núcleos: Alcácer do Sal, Algarve, Aveiro, Caldas da Rainha, Évora, Lamego, Lisboa, Montijo e Viseu [Fotogaleria].

O coletivo que reivindica justiça climática afirma que “não podemos ficar a assistir ao fim da civilização como a conhecemos, e sendo a aviação uma das principais fontes de emissões de gases com efeito de estufa, o projeto de expansão do Aeroporto da Portela e do Aeroporto do Montijo devem ser cancelados, por acarretarem um aumento muito significativo de emissões. Portugal, devido à sua responsabilidade histórica na crise climática que enfrentamos atualmente, deverá cortar 74% das suas emissões até 2030 e não está no caminho certo.”

A Greve Climática Estudantil (GCE) acrescenta ainda que “está na hora de Aterrar na Ferrovia! Mobilizamo-nos porque não podemos continuar a deixar para depois a transição energética da sociedade. Contudo, não podemos fazê-la às cegas! É essencial que esta transição seja justa e que não fragilize ainda mais a situação, já precária, das pessoas trabalhadoras, são precisos planos reais de requalificação e de integração noutras atividades para quem trabalha no setor da aviação. A ferrovia tem a capacidade para desempenhar um papel de peso nesta transição, quer pela redução eficaz e rápida de emissões, constituindo uma alternativa de mobilidade sustentável, quer na criação de postos de trabalho”.

Semana de ações continua este sábado com a Climate Live

A Climate Live, com palcos em mais de 40 países, decorrerá em Portugal entre as 17h00 e as 18h30 e das 21h00 às 23h30. O evento será transmitido nas redes sociais da Greve Climática Estudantil (Instagram, Facebook, Twitter e Youtube).

Conta com a presença de artistas, do cientista Miguel Heleno, do historiador Luís Farinha e de ativistas do coletivo. “A música tem o poder de nos unir! Acreditamos no papel transformador da arte para a construção coletiva de uma sociedade mais justa, ecológica, criativa e igualitária”, dizem em comunicado enviado.

Esta iniciativa surge porque, apesar das mobilizações desde 2018 do movimento internacional Fridays For Future, no qual a Greve Climática Estudantil se insere, os líderes políticos continuam a não ouvir a ciência.

Segundo a GCE, “isso verificou-se recentemente na União Europeia, quando vimos a neutralidade carbónica empurrada para 2050, quando o Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas da ONU (IPCC) refere que a mesma deve ser atingida no ano de 2030.”

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