Interior em discussão no primeiro dia do Fórum Socialismo, 28 de agosto em Braga, com Miguel Nóvoa, Carolina Gomes e Beatriz Realinho.
O mapa da população residente em Portugal mostra uma litoralização cada vez mais acentuada, numa lógica centralista que se replica na própria demografia dos concelhos do interior.
Um interior que por falta de verdadeiras políticas de coesão se tem visto, ao longo dos anos, esvaziado de serviços, transportes, oportunidades e, consequentemente, pessoas. A dificuldade de atrair e fixar população é cada vez maior e arraigada a um problema estrutural na forma como o território e a população são pensados.
É necessário resistir e construir: que políticas queremos para o interior? Qual o futuro do mundo rural? Como aliar a conservação da natureza ao desenvolvimento sócio-económico? Como garantir igualdade de oportunidades em todo o território? Como desconstruir o feudalismo autárquico? Como fixar a juventude? Como combater o conservadorismo?
Miguel Nóvoa
Licenciado em Medicina Veterinária pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Tem vindo a desenvolver a sua atividade profissional em diferentes ONG’s.
Esteve no serviço do Corpo Auxiliar de Alunos do Hospital Veterinário da UTAD desde Julho de 1998 até Junho de 2000. Foi colaborador do Centro de Recepção, Acolhimento e Tratamento de Animais Selvagens da UTAD e membro do NEPA (Núcleo Estudo e Protecção do Ambiente da UTAD).Criou e dinamizou um Cineclube (Grupo de Animação Cinematográfica da UTAD), em 1997. Em 1999 desempenhou funções como observador de pesca, no “Programa de Observação para as Pescas dos Açores (POPA)”. Em 2000 colaborou em todo o tipo de tarefas e assistiu aos trabalhos da enfermaria no Hospital de Fauna Selvaje da GREFA (Grupo para la Recuperacion de la Fauna Autóctona y su Habitat), durante o período de 2 meses. Entre 2005 e 2006 foi Produtor do filme: 11 Burros caem no estômago vazio que obteve os prémios de Melhor curta metragem doclisboa 2006 e Melhor documentário etnográfico europeu no festival Dialektus em Budapeste 2007.
É Membro da Organização e Produção dos Passeios de Burro “Por Tierras d l Rei” e “L Brano de S. Martino” e procedeu também à revitalização das Feiras Tradicionais Feira do Naso e Feira do Azinhoso. é também membro da Organização e Produção do Festival “Sons e Ruralidades” e do Festival Itinerante de Música Tradicional “L Burro i l Gueiteiro”. Organização e Produção do Festival de Cinema – Anamnesis -, realizado no concelho de Vimioso, pela Associação Associartecine. Actualmente desempenha as funções de Secretário Técnico da Raça Asinina de Miranda desde Janeiro de 2003 e é o responsável pela execução do plano de Melhoramento Animal da raça e Registo Zootécnico/Livro Genealógico da Raça Asinina de Miranda. É membro da direcção da AEPGA (Associação para o Estudo e Protecção da Raça Asinina) desde 2007 e membro da direcção da Palombar – Associação de Consevação da Natureza e do Património Rural desde 2004 e actualmente é Vice-Presidente das duas direcções.
Desde 2013 trabalha na Palombar técnico superior onde, desde então, tem desempenhado várias funções. Entre 2013 e 2017 desempenhou as funções de coordenador na implementação das Medidas Compensatórias do Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor (AHBS). Desde 2015 é co-coordenador interno do Projecto Life Rupis e responsável pelo desenvolvimento das acções no terreno e pelo contacto com as comunidades rurais. É também coordenador e responsável pela implementação do projecto “ConnectNatura” na ZPE Montesinho/Nogueira.
Carolina Gomes
Carolina Gomes, 31 anos, formada em Antropologia, com mestrado em Antropologia Médica pela Universidade de Coimbra.
Em 2020 abraçou um projeto dedicado ao interior, às suas lutas e gentes, tornando-se redatora da plataforma de informação Interior do Avesso. Até então, tinha desenvolvido a sua atividade profissional numa empresa local de transporte coletivo de passageiros localizada em Viseu.
É a partir de Viseu que se assume como ativista social, pelo interior, pelos direitos das mulheres e pelos Direitos Humanos, através da participação na Plataforma Já Marchavas ou no movimento da Greve Feminista Internacional, por exemplo. Tem ainda colaborado na organização de iniciativas culturais, como a Sementeira e o Desobedoc.
É a cabeça de lista à Assembleia Municipal de Viseu pelo Bloco de Esquerda, para as Eleições Autárquicas de 2021.
Beatriz Realinho
Beatriz Realinho, de 20 anos, natural da Guarda. Licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa, que irá tirar o mestrado em Estudo sobre as Mulheres: As Mulheres na Sociedade e na Cultura, na mesma instituição.
Faz parte de diversos movimentos e coletivos sociais, ambientais, LGBTQIAP+ e Feministas, sendo coautora do podcast “2 Feministas 1 Patriarcado”. Atualmente encontra-se como candidata independente pelo Bloco de Esquerda à Junta de Freguesia da Guarda.
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