A multinacional do setor automóvel, em Vila Cortês do Mondego, anunciou há dois dias o despedimento de 95 trabalhadores, que temem não ter outra solução além da emigração.
Segundo notícia do Jornal de Notícias (JN), com o despedimento de 95 em 155 postos de trabalho, a empresa Dura Automotive “abre a porta a drama social”.
Nos últimos anos, a Comissão de Trabalhadores foi alertando para indícios de alarme, mas os 14 meses de pandemia que temos vivido podem ter sido o fator decisivo para que a Administração efetivasse a eliminação de 65% dos postos de trabalho.
Ao JN, o presidente da Junta de Freguesia de Vila Cortês do Mondego, Lúcio Valente, deu como certo que os 95 despedimentos correspondem a 95 famílias que “sem outras ofertas, têm de emigrar”.
“Totalmente surpreendido” com a notícia, recordou que já há dois anos a Dura despediu 40 trabalhadores que “foram todos embora para a França e, sobretudo, para a Suíça”. “Agora temos em vista um drama que vai afetar todas as aldeias do Mondego da Guarda e até o concelho de Celorico da Beira”, concluiu ao JN.
A administração da multinacional anunciou um plano de reestruturação para Portugal, França, República Checa e Roménia, já tendo admitido publicamente que pretende assegurar a sustentabilidade da empresa no concelho da Guarda. A Comissão de Trabalhadores discorda.
Paulo Ferreira “tem sérias dúvidas que a empresa seja viável com 60 pessoas”. Pensamento semelhante é partilhado por Ana Ramos ao JN que, mesmo sendo do quadro, pediu licença sem vencimento há um ano para trabalhar noutra empresa, “é um receio antigo”.
O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, “prefere não antecipar qualquer drama por considerar que ainda nada está fechado”, adianta o JN.