Pároco acusado de assédio a menor de 13 anos tenta defesa e apoio popular após mensagens com “indícios de atos sexuais de relevo”.
O escândalo é sabido após o pai do jovem de 13 anos apresentar queixa depois de o filho lhe mostrar mensagens de teor sexual enviadas pelo padre que, segundo o Correio da Manhã, também terá tentado beijar e apalpar o menor durante um almoço em março deste ano.
O Jornal do Centro vincula que o padre terá dito que as mensagens foram uma “brincadeira” e que terá ameaçado processar a Comissão de Proteção de Menores da Diocese.
A Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, da Diocese de Viseu, terá investigado o caso das alegadas mensagens e de um suposto beijo que o padre terá tentado dar ao menor, tendo confirmado a existência de “indícios de atos sexuais de relevo” para levar o caso à Santa Sé e Ministério Público.
De acordo com várias publicações, o jovem foi ouvido em tribunal para memória futura, sendo que a defesa do padre também esteve presente.
“Apetecia dizer em bom português vão chamar pedófilo à p*** que os pariu… mas sou educado”
Vários órgãos de comunicação social vinculam ainda uma mensagem do pároco, intitulado “Nota breve e única” onde este escreve “Apetecia dizer em bom português vão chamar pedófilo à p*** que os pariu… mas sou educado”, em que o padre diz que vai manter o silêncio porque “é o maior e melhor aliado da inocência e da justiça”.
O padre de 46 apela ao apoio nesta mensagem dizendo “Quem estiver disposto a defender-me e a estar comigo nesta luta (…) envie-me mensagem privada ou na sequência desta nota.”
Diocese de Viseu cria tribunal próprio
A Diocese de Viseu criou um tribunal eclasiástico para julgar padre suspeito de assédio ao menor, por decisão do bispo de Viseu, D. António Luciano. O julgamento eclesiástico decorrerá em paralelo com o julgamento civil.
A notícia do jornal Público de 21 de outubro, diz que após a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), no Vaticano, devolver o processo à diocese de Viseu, o bispo decidiu criar este novo tribunal, já tendo o organismo um juiz nomeado, especializado em direito canónico e civil.
Ao contrário da posição adoptada pela igreja em outros países, onde investigações independentes estão a revelaros casos de pedofilia na igreja católica, em Portugal as investigações continuam a ser feitas no seio da organização, tendo sido anunciado recentemente que a Conferência Episcopal Portuguesa vai avançar com a constituição de uma comissão nacional de coordenação das comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis.