O Núcleo Concelhio de Carregal do Sal do Bloco de Esquerda salienta o resultado “aquém das expetativas”, recordando que em 2017 se apresentaram a votos com uma candidatura das mais jovens do país, tendo 8,24% com 437 votos e um eleito que apresentou inúmeras propostas nas mais diversas áreas no mandato que cessa. O Bloco refere ainda que “a conjuntura política em Carregal do Sal foi e é extremamente singular com duas candidaturas a monopolizar, praticamente, a discussão autárquica e ocupando assim o espaço mediático.”
Em comunicado a que o Interior do Avesso teve acesso, o Bloco recorda que “as primeiras propostas que apresentamos foram um conjunto de medidas para democratizar este órgão: as transmissões em direto das sessões, o período do público passar para o início para o fim em vez de só no fim ou a possibilidade de agendamento de pontos na ordem do dia pelos cidadãos com um menor número de subscritores.”
Consideram que aproximar a política dos munícipes foi uma das marcas políticas do Bloco, lamentando que nenhuma delas tenha sido acolhida, acreditando que “tanto que ficou por fazer nas mais diversas áreas”.
Para o Bloco “as concretizações e propostas não são de ninguém”, sendo que “a atividade do Bloco na Assembleia Municipal nos últimos 4 anos conseguiu influenciar várias decisões do Executivo: a construção no Novo Centro de Recolha Oficial para Animais, a esterilização de animais com recurso a fundos comunitários, a abolição da aplicação de glifosato em alguns locais do concelho, entre outras”, acreditando que trouxeram para o debate político temáticos que mais ninguém iria trazer “porque falta coragem política para o fazer”.
“Pelas mais variadas razões, os e as carregalenses não renovaram o mandato do Bloco na Assembleia Municipal tendo obtido 203 votos e 3,64%, na Câmara Municipal foram 73 votos e 1,31%. De certeza que cometemos erros, mas aprenderemos com eles” referem.
O Núcleo Concelhio acredita que a “conjuntura política em Carregal do Sal foi e é extremamente singular com duas candidaturas a monopolizar, praticamente, a discussão autárquica e ocupando assim o espaço mediático” e que “o grande desgaste da governação de Rogério Abrantes foi aproveitado pelo partido, o PS, que menos o desgastou nos últimos 8 anos. O voto útil e o voto de descontentamento foram canalizados, sem sombra de dúvida, pelo PS. “
“Um PS que se apresentou a estas eleições com um programa eleitoral claramente à Esquerda, inclusive até com algumas propostas apresentadas pelo Bloco e rejeitadas pelo próprio PS, na Assembleia Municipal também, nos últimos 4 anos”, considerando que “as propostas e medidas não têm dono e cá estará o Bloco para exigir que se cumpram.”
O Bloco reconhece um resultado abaixo das expetativas, considerando que fizeram um trabalho “sério, rigoroso e atento na Assembleia Municipal, mas tal como também fizemos nos últimos 4 anos, o Bloco vai estar na rua, junto das pessoas, apresentando proposta política e debatendo os assuntos que interessam aos e às carregalenses.”
Felicitam ainda o Partido Socialista pela grande vitória obtida, tanto na Câmara como na Assembleia Municipal, assim como nas cinco Juntas de Freguesia, enviando “um abraço de apreço às candidaturas vencidas.”
“Nestas eleições, há um claro derrotado: o discurso de ódio, agressivo, que às vezes é confundido como honesto, mas só contribui para a afunilamento da discussão e debate político. Não venceu o despesismo nem a arrogância ou sobrançaria”, salientam.
Terminam com os dados da abstenção que no concelho esteve próxima dos 40%, e reforçam o compromisso “junto dos e das eleitoras, para uma tendência que nos deve preocupar coletivamente e fazer procurar instrumentos que permitam o reforço da participação popular.”