Bloco de Esquerda apresenta candidatura que “desafia a Guarda a mudar de políticas e de protagonistas”

Bloco de Esquerda apresentou hoje cabeças de lista a quatro candidaturas no concelho da Guarda, com a presença de Catarina Martins. Jorge Mendes à Câmara Municipal, Bárbara Xavier à Assembleia Municipal, Beatriz Realinho à Junta de Freguesia da Guarda e Bruno Andrade à Junta de Freguesia de Vela, onde o Bloco se candidata pela primeira vez.

O atual deputado eleito na Assembleia Municipal, Marco Loureiro, apresentou os vários nomes, marcando que este ano “vai ficar na história do Bloco de Esquerda no concelho. Pela primeira vez irá apresentar mais do que 3 candidaturas”.

A novidade é a candidatura da Freguesia de Vela, passando a entrar no meio rural. “Sempre estivemos e vamos continuar a estar ao lado do meio rural”, acrescentou, havendo agora a materialização dessa posição com a lista encabeçada por Bruno Andrade.

Marco Loureiro constatou que as candidaturas aparecem com “espírito positivo”, constituídas por “gente de garra”, prontas para “mostrar que outra Guarda é possível nos próximos tempos”.

Jorge Mendes: “esta candidatura desafia a Guarda a mudar”

Jorge Manuel Monteiro Mendes, de 64 anos, natural de Gouveia e residente na Guarda há 27 anos, é Professor adjunto no Instituto Politécnico da Guarda desde 22 de outubro de 1990, instituição onde já desempenhou os cargos de Presidente e Vice-Presidente. É membro da Amnistia Internacional há quase 30 anos, desempenhou vários cargos em organizações locais ligadas à cultura, à educação, ao desporto e aos bombeiros. 

Encabeça uma lista à Câmara Municipal da Guarda constituída por pessoas que “acreditam ser necessária e possível uma mudança na forma de gerir os destinos do concelho”. “Esta candidatura desafia a Guarda a mudar, mudar de políticas e mudar de protagonistas”, sublinhou.

Defende que a medida de êxito autárquico não deve ser o “betão” ou as “festas”, mas a “satisfação dos direitos das pessoas, dos indicadores de igualdade e coesão social, da sustentabilidade ambiental, da participação cidadã nas decisões e na vida da comunidade”, acrescentando que “a nossa prioridade são as pessoas e os seus problemas concretos”.

Bárbara Xavier: “não há planeta B e não vai haver a Guarda B”

Bárbara Xavier tem 29 anos, é natural da Guarda, tendo regressado há um ano. Exerce psicologia em contexto privado e funções numa empresa local. Como ativista, ingressou na Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra durante o período académico, pertenceu à direção da REDE de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens e colaborou com a Plataforma Já Marchavas.

Partindo do exemplo da sua experiência, semelhante à de muitos jovens que saem aos 18 anos da Guarda para estudar, a candidata considera que a Guarda, como outros concelhos do interior “não são pensados para as pessoas cá viverem: a discrepância entre ordenados, entre rendas e despesas fixas, a falta dos acesso, a pouca aposta na cultura,  sistema de saúde debilitado, a pouca oferta educativa que temos para prosseguir aqui os nossos estudos e, mesmo quando nos confrontamos com o mercado laboral, a pouca oferta em trabalho que cá temos”.

Destacou alguns pontos essenciais para alterar esta realidade, como a mobilidade e as ligações para a cidade e dentro dela; a sustentabilidade, sendo necessário pensar os espaços verdes, a água, os solos, “não há planeta B e não vai haver a Guarda B”; bem como a transparência e democracia no funcionamento dos órgãos autárquicos, “na política não vale tudo, a política é pública!”

Beatriz Realinho: na cidade dos cinco Fs “ainda falta o F de feminismo”

Beatriz Realinho tem 20 anos, nasceu e estudou na Guarda. Licenciou-se este ano em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa. É ainda ativista em diversos movimentos: Brigada Estudantil, Greve Climática Estudantil, Greve  Feminista 8M, Black Lives Matter, entre outros.

A jovem candidata independente focou a sua intervenção no “F de feminismo”, aludindo ao epíteto da Guarda, “Cidade dos 5 Fs”. Destacou: “não falo apenas do empreendedorismo feito por mulheres, falo também do combate à violência de género para com aquelas que foram socializadas enquanto mulheres, falo de assédio e falo de violência doméstica”.

Beatriz Realinho defendeu ser preciso uma política que mostre às pessoas a importância do feminismo para a comunidade, acrescentando que “para que a Guarda seja uma cidade de todas e de todos tem que ser inclusiva! independentemente da cor da pele, da orientação sexual, do género”.

Bruno Andrade: “pretendo com a minha eleição poder fixar pessoas”

Bruno Andrade, 43 anos, é natural da Guarda e residente na Freguesia da Vela (Guarda). Diretor de uma empresa há 15 anos, foi candidato à Assembleia Municipal nos últimos oito anos, tendo sido eleito deputado no mandato 2013-2017.

Bruno Andrade reforça a importância de, através desta candidatura, o Bloco de Esquerda da Guarda assumir a sua defesa e ligação ao meio rural, apontando como maior dificuldade deste contexto a fixação de pessoas.

Assertivamente, assumiu: “pretendo com a minha eleição poder fixar pessoas”. Explicou depois como, recorrendo a alguns exemplos: investimento na criação e reabilitação de habitação e desenvolvimento de mecanismos e transportes para a zona urbana, onde se localiza grande parte do emprego do concelho.

Catarina Martins: Bloco defende que nas áreas protegidas não haja exploração mineira

A Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda começou por reforçar uma ideia também transmitida por Jorge Mendes e Bárbara Xavier, “a imprensa regional é um pilar fundamental na democracia do nosso país”.

Anunciou ainda este domingo, na apresentação da Guarda, que o Bloco já pediu a apreciação do decreto do Governo que regulamenta a exploração mineira, “para não deixar que haja exploração nas áreas protegidas e para não deixar que as populações sejam confrontadas com factos consumados”.

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