A Cruz Vermelha foi desafiada por uma assistente hospitalar em psiquiatria, Joana Gomes, e aceitou o desafio de acolher pessoas trans do distrito de Bragança que precisem de apoio e de informações.
Em declarações à rádio brigantia, Joana Gomes refere que é importante que a comunidade perceba que a atribuição do sexo biológico não deve caracterizar-se pelo determinismo, considerando que esta ajuda é importante para que as pessoas vivam a sua identidade de forma plena. “Essencialmente queremos dar-lhe um sítio de referência onde possam recorrer, pessoas que sintam que a sua identidade de género está em conflito ou que queiram aceder a tratamentos ou psicoterapia específica. Todas as diversidades são bem-vindas. Queremos saber que as pessoas vão ser aceites na sua pluralidade” refere a médica.
A psiquiatra considera ainda que para ajudar estas pessoas será necessário identificar as suas necessidades, visto que, “aquilo que sabemos é que, muitas vezes, estas pessoas estão em condições económicas desfavoráveis e, por vezes, afastadas das suas famílias. Normalmente podem precisar de apoio em termos de vestuário, para o processo de transição, e de apoio no transporte a consultas especializadas. Queremos apostar na formação, expondo a pluralidade na identidade de género”.
Mesmo com o aumento da informação ainda existe uma forte exclusão segundo Joana Gomes, porque “todas as questões relativas à sexualidade ainda são muito excluídas. Ainda há muito preconceito. Esta comunidade continua a ser classificada como fora da norma e isto é muito agressivo”.
Segundo a rádio brigantia o projeto fará com que o acesso das pessoas que pretendem intervenções de saúde e tratamento hormonal ou cirurgias a consultas especializadas seja facilitado e terá o nome de “Bragança, Diversidades Contigo!”. As deslocações a essas consultas serão apoiadas, bem como o auxílio em todo o processo. É também pretendido criar uma bolsa para profissionais, por forma a que estas pessoas tenham acesso a psicoterapia afirmativa.