Catarina Martins, membro da mesa nacional e da comissão política do Bloco de Esquerda e cabeça de lista às Europeias 2024, vai participar numa palestra sobre Gaza, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Sociologia da Universidade da Beira Interior.
Sobre a pertinência do tema a ser debatido, Tatiana Duarte, organizadora da palestra, considera que ser “necessário debater a questão do genocídio em Gaza na universidade pois é crucial para promover uma consciencialização juntos dos alunos não só de Sociologia mas de toda a Universidade.”
Na sua opinião, considera que a comunicação social tem contribuído para a “perpetuação de uma falsa narrativa onde tudo isto se trata de uma Guerra na qual a Palestina e o Hamas foram os culpados e que Israel apenas se está a defender, mas se procurarmos saber mais e melhor percebemos que não é isso o que está a acontecer a partir do momento em que campos de refugiados estão a ser dizimados assim como milhares de criança.”
Sublinha a importância de que haja uma maior participação por parte dos estudantes “em questões globais de direitos humanos e justiça social de forma a promover uma consciência coletiva e pensamento crítico.”
“As ocupações podem ser percebidas como oportunidades para educação e conscientização dentro do meio académico”
Há várias semanas que se alastram um pouco por todo o mundo os acampamentos estudantis de solidariedade com a Palestina, sobretudo em universidades. Muitas destas instituições de ensino têm recorrido às forças policiais, muitas vezes de forma violenta, para pôr fim aos acampamentos.
O Núcleo de Estudantes de Sociologia da UBI considera essas ocupações como legítimas, sendo uma forma de “expressar solidariedade e protestar contra o genocídio em Gaza e como uma manifestação do compromisso da comunidade académica com questões sociais e políticas urgentes.”
“Vemos as ações dos milhares de alunos que estão em protesto como uma forma de exercer pressão sobre governos e instituições internacionais para tomar medidas concretas em relação ao genocídio em Gaza e as inúmeras transgressões feitas por Israel.”
Tatiana lamenta a violência policial a que estes alunos têm sido tratados, “sendo que apenas estão a usar a sua voz para tentar acabar com um problema tão grave que é o genocídio e fazer pressão junto do governo americano que sabemos que tem interesses políticos mas também económicos ao financiar este conflito.”
Tatiana enfatiza que o objetivo desta palestra é também mostrar aos alunos que se devem envolver “nestas problemáticas e que todos merecem ter uma voz”.
A iniciativa realiza-se a 13 de maio, no auditório 7.21 do Polo IV da Universidade da Beira Interior.