Protótipo de equipamento que funciona como barreira protetora de aerossóis, impedindo a contaminação de profissionais de saúde que tratam doentes covid-19, foi criado na Covilhã, resultado de uma parceria académica, hospitalar e empresarial.
O projeto foi desenvolvido pelos médicos anestesiologistas Reinaldo Almeida e Rita Borges, do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), e pelo professor André Silva, coordenador científico da unidade de Investigação e Desenvolvimento Aeronautics and Astronautics Research Center (AEROG) da Universidade da Beira Interior (UBI). A produção e comercialização ficará a cargo da Joalpe International, uma empresa com sede na Covilhã, segundo notícia do Jornal do Fundão.
O dispositivo tem o nome COVinBOX-BPA (Barreira Protetora de Aerossóis). Faz lembrar uma caixa, construída em termoplástico (PETg), com boa resistência ao impacto, que deverá ser colocada na zona da cabeça do doente, funcionando como uma barreira protetora de aerossóis que impede a contaminação de profissionais.
A estrutura apresenta cantos arredondados para evitar que, em caso de contacto, os equipamentos de proteção individual (luvas ou batas) se danifiquem. Dispõe ainda de janelas laterais e posteriores, bem como de cortinas em PVC maleável, que permitem boa visualização para o interior e a entrada de seis mãos em simultâneo, sem limitação de movimentos dos utilizadores na abordagem ao doente.
A estrutura começou por ser pensada especificamente para proteção da equipa da sala operatória, tendo depois evoluído no sentido de permitir a proteção de profissionais de saúde de outras áreas. De acordo com o Jornal do Fundão, Reinaldo Almeida, citado numa nota de imprensa, explica que o dispositivo pode ser usado em blocos operatórios, unidades de cuidados intensivos, enfermarias, serviços de urgência, salas de emergência, consultórios médicos de qualquer especialidade, consultórios de medicina dentária e de outros profissionais de saúde oral, bem como lares de idosos, unidades de cuidados continuados e transporte de doentes em ambulância e dentro do hospital.
“O equipamento retém no interior as secreções, gotículas e aerossóis emitidos pelos doentes”, acrescenta a informação citada pelo Jornal. Segundo explicam os investigadores, os aerossóis são aspirados continuamente pela ligação à rede de vácuo hospitalar, ou a um aspirador de secreções, e ficam retidos num filtro com eficácia para vírus e bactérias superior a 99,9999%.
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