Na semana passada, a candidatura do Bloco de Esquerda de Bragança reuniu com associações que representam estudantes internacionais da cidade. O encontro com a Associação de Estudantes Africanos de Bragança (AEAB) permitiu conhecer os principais problemas da comunidade de 2750 estudantes oriundos do continente africano, especialmente de países de língua portuguesa como Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. Já na reunião com a Associação de Estudantes Brasileiros do Instituto Politécnico de Bragança (AEBIPB), foi possível perceber como, apesar de contextos diferentes, também esta comunidade partilha de dificuldades semelhantes.
A falta de apoios para estudantes estrangeiros (nomeadamente a inexistência de bolsas), os elevados preços das propinas (que chegam a ser duas vezes mais elevadas quando comparadas com o valor pago pelos estudantes nacionais), os custos da habitação em Bragança e de outras despesas essenciais, bem como outros gastos associados com a candidatura à universidade são problemas transversais a estas comunidades. Acrescem as dificuldades em relação à obtenção e regularização de visto e outras questões burocráticas agravadas pela extinção do SEF.
Os estudantes internacionais denunciam situações de discriminação, dificuldades de integração com a comunidade local, serviços sobrelotados que não dão resposta às suas necessidades, desconhecimento sobre apoios e leis portuguesas. São forçados a conciliar os estudos com trabalho, encontrando-se, frequentemente, em situações de grande precariedade laboral. Grande parte das vezes, acabam por abandonar a faculdade.
As associações, AEAB e AEBIPB, desenvolvem um trabalho importante na minimização destas dificuldades. São uma referência para os estudantes internacionais que se encontram em Bragança, apoiando-os a vários níveis. O Bloco de Esquerda de Bragança congratula as várias iniciativas desenvolvidas pelas associações e assumiu o compromisso de colaborar, levando as preocupações e desafios para o debate político.
