Foi chamado de Ferrovia 2020. Mas o programa de modernização da rede ferroviária nacional era para estar totalmente terminado em setembro de 2021. Os atrasos arrastá-lo-ão para 2023 fazendo com que, em alguns casos, haja incumprimentos de prazos na ordem dos três anos e meio.
O Diário de Notícias informa esta quarta-feira que a Infraestruturas de Portugal voltou a assumir derrapagens no calendário que afetarão sobretudo a linha da Beira Alta e a linha do Norte.
Na linha da Beira Alta, no troço entre Pampilhosa e Santa Comba Dão, o prazo inicial de conclusão das obras era março de 2020. Agora prevê-se que apenas no último trimestre de 2023 as obras terminem. De forma a concluir as obras, a ligação Pampilhosa/Guarda será encerrada “entre o segundo e o quarto trimestres deste ano”.
O troço entre Guarda e Vilar Formoso tem um atraso ainda maior. O prazo inicial era o primeiro trimestre de 2019 mas, depois de um novo adiamento de três meses, sabe-se agora que a modernização só deverá estar pronta no último trimestre de 2023.
Os atrasos também são regra na linha do Norte. Prevê-se um atraso de três anos e meio no troço Espinho/Gaia que continuará a obrigar os utentes a deslocar-se à velocidade de 30 km/h em parte do percurso.
O final de 2023 é apontado como o prazo para a maioria das intervenções anunciadas. A eletrificação da linha do Oeste entre Mira-Sintra/Meleças e Torres Vedras deverá finalmente ser concluída no terceiro trimestre de 2023, seguindo-se até final desse ano a eletrificação do restante até às Caldas da Rainha. A do troço Marco de Canaveses-Régua, na linha do Douro, também. Assim como a renovação da ligação Ovar/Espinho, na linha do norte, a modernização da linha de Cascais, a eletrificação das ligações Tunes-Lagos e Faro-Vila Real de Santo António, na linha do Algarve, e a construção da ligação entre Évora e Elvas.
Só que a saga pode até não terminar com o final de 2023. Ao DN, fonte oficial da IP advertiu em julho que, depois das obras prontas, haverá ainda lugar a fases de testes ou certificação que “não estão incluídas nas empreitadas”. Para além disso, nos casos da eletrificação, os comboios que a CP encomendou à Stadler só chegarão em 2025.
Publicado por Esquerda.net a 7 de janeiro de 2022