Fundão: Voto de solidariedade com o povo da Palestina aprovado por unanimidade

Documento aprovado pelo Município do Fundão foi proposto pelo Bloco de Esquerda do Fundão.
Bandeira da Palestina livre
Foto de erika8213 (EnvatoElements)

Pedro Mesquita, eleito pelo Bloco de Esquerda do Fundão, apresentou esta sexta-feira (28 de junho) na Assembleia Municipal o voto de solidariedade com o povo da Palestina, “alvo de ataques brutais das forças armadas de Israel”, tendo sido aprovado por unanimidade.

O documento delibera que o Município do Fundão manifeste exprima a sua solidariedade ao povo da Palestina, que manifeste “o seu apoio às posições do Secretário-Geral das Nações Unidas e anterior presidente desta Assembleia Municipal e das organizações internacionais que lutam por uma paz justa no conflito Israel-Palestina”, apela ao Governo português para que reconheça o Estado da Palestina e que Israel liberte os reféns civis.

O documento pode ser lido na íntegra aqui:

De Gaza e outros lugares da Palestina continuam a chegar-nos imagens brutais. Corpos enterrados ainda vivos em valas comuns. Milhares de pessoas mortas. Crianças, mulheres e homens vítimas de atrocidades inimagináveis. Ataques intencionais das forças armadas de Israel a edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, a hospitais, bem como ao pessoal de organizações humanitárias e das agências das Nações Unidas. Assistimos igualmente à privação de bens indispensáveis à sobrevivência da população civil e ao impedimento de envio de socorros. Não esquecendo e condenando o uso ilegítimo destes locais para fins bélicos pelo Hamas.

É certo que a 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque contra Israel marcado por uma inqualificável brutalidade, massacrando civis e tomando reféns, atuação que mereceu a mais viva indignação e condenação. Mas a consciência da humanidade não pode aceitar a ação desproporcionada e violadora do direito internacional humanitário posta em marcha pelo governo de Israel, dominado pela extrema-direita.

O pedido do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) para que sejam emitidos mandados de captura para o primeiro-ministro e chefes militares de Israel pela prática de crimes de guerra como ataques contra a população civil e outras condutas previstas no artigo 8a do Estatuto de Roma do TPI, bem como para dirigentes do Hamas pela prática de crimes de guerra como assassínio, a tomada de reféns e tratamentos desumanos e cruéis em contexto de guerra, é a expressão de que os crimes de maior gravidade que afetam a comunidade internacional no seu conjunto não devem ficar impunes.

Perante todo este horror, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, tem apelado ao cessar-fogo e à ajuda humanitária a Gaza. Estes apelos têm mobilizado a comunidade internacional para que o cessar-fogo se concretize imediatamente. E a recente decisão da ONU de incluir o Estado de Israel na lista de países que viola as leis internacionais de proteção às crianças foi mais uma condenação da política desumana contra o povo da Palestina.

Além de condenar todas as agressões, incluindo o assassinato, rapto e outras violações de direitos humanos que foram cometidas contra as vítimas inocentes desta guerra, o escalar do conflito exige mais do que o apelo humanitário; exige ação política concreta que possa contribuir para uma solução pacífica e negociada que só pode passar por considerar reconhecer o Estado soberano e independente da Palestina, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efetivação do direito ao retorno dos refugiados, conforme as resoluções da ONU.

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