O secretário de Estado Adjunto da Energia foi recebido em Boticas por um protesto contra a exploração de lítio na região. Manifestantes receberam João Galamba com protestos e cercaram o seu carro após uma visita ao Centro de Informação.
Durante uma visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, João Galamba, secretário de Estado Adjunto da Energia, foi recebido por uma manifestação contra a exploração de lítio em Covas do Barroso.
Galamba tinha saído de um encontro na Câmara Municipal de Boticas quando se deparou com dezenas de moradores do distrito de Vila Real que gritavam “Não à Mina, Sim à Vida”, ou “O Povo é quem manda, não és tu Galamba”.
“Queremos respeito pelo nosso território. Queremos que o senhor Galamba saiba que aqui também há gente, embora pouca, mas há”, afirmou Nélson Gomes à agência Lusa.
O representante da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, afirmou que o objetivo da manifestação era mostrar a João Galamba a “indignação e revolta” da população.
Afirmando que o que está em causa com a exploração de lítio em Boticas é a “vida das pessoas”, o dirigente associativo pede mais respeito por elas e pelas suas terras.
“Onde é que ele [Marcelo Rebelo de Sousa] anda? Sentimos falta de explicações dele e do primeiro-ministro”, vincou, lembrando que o Presidente “visita tudo e todos”, menos as Covas do Barroso.
“Nunca fomos ouvidos, ninguém nos perguntou se queríamos a mina, começaram a procurar e já estávamos com as terras todas viradas”, contou Albina Reis, uma moradora presente no protesto.
No seu cartaz, Albina lembrava que “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”, e que isso não queria “gente de Lisboa” a destruir o património da região do interior, acrescentou.
Os manifestantes estão preocupados com a proximidade das minas às suas casas e com a preservação do património agrícola da região. Queixam-se também de nunca terem sido ouvidos pelos governantes.
Elisete Pires, outra manifestante, critica João Galamba por não ter “dado a cara”, acusando os governantes de negociarem sem incluir a população, deixando o povo “com o lixo”.
Terminada a visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, o secretário de Estado dirigiu-se para o seu veículo, que foi cercado pelos manifestantes, antes de o governante abandonar o local.
Artigo publicado em Esquerda.net