A homenagem a Álvaro Monteiro, promovida por um grupo de cidadãos, foi o local escolhido pelo município e pela junta de freguesia de Viseu para colocação de uma placa sobre a inauguração de uma obra.
O Bloco de Esquerda de Viseu reagiu em comunicado, questionando se a situação se trata de “parolice ou branqueamento” e exigindo a remoção da placa, a recuperação da homenagem e “um pedido de desculpas público à família e a todas as pessoas que no seu dia a dia combatem os avanços da extrema direita”.
Álvaro Monteiro foi um democrata opositor do regime fascista, tendo sido preso pela PIDE.
Assim, o Bloco considera que a forma como a homenagem foi banalizada “é uma forma de branqueamento da história, uma ação pelo esquecimento, precisamente quando esta memória é mais necessária, com a extrema direita à espreita no seio da democracia.”
Acusa ainda o Município e a Junta de procederem desta forma “com um objetivo eleitoralista […] de proliferação de cartazes e placas em tempo de eleições para mostrar obra, ou é uma iniciativa parola, desprovida dos mínimos de decência democrática, ou é um ataque à memória de Álvaro Monteiro e à memória antifascista na cidade de Viseu.”
Situação de maior gravidade, refere o comunicado, quando em Viseu “existem dois candidatos que têm o registo bafiento e opressor de outros tempos, precisamos de preservar a memória!”
O Bloco de Esquerda remata como o compromisso de que se irá continuar a bater “pela preservação da memória e pelo combate efetivo aos fascismos que vão espreitando nestas janelas de oportunidades de quem quer apagar essa memória.”