No debate realizado em conjunto pelo Jornal Nordeste, Rádio Brigantia e Rádio Ansiães em Vila Flor, o candidato do Bloco de Esquerda defendeu que é preciso “abrir uma brecha” e considerou que se “com apenas um membro na Assembleia Municipal conseguimos fazer tanto trabalho, imaginem o que podemos fazer com representação na Câmara Municipal e com mais eleitos na Assembleia”.
Marco Carrilho começou por afirmar que o Bloco se apresenta a estas eleições com “a ambição de colocar no centro do debate as questões que consideramos ser essenciais para o concelho, através de um debate construtivo, mas também combativo na defesa de todas e todos vilaflorenses”.
O Candidato do Bloco considera que é preciso “abrir uma brecha” para acabar com a bipolarização, defendendo que a eleição de um vereador por parte do Bloco “obrigaria à negociação em prole das pessoas”.
Marco Carrilho relembra que a candidatura do Bloco não aparece do nada, recordando o trabalho que tem sido feito. “Estamos representados na Assembleia Municipal de Vila Flor desde 2009 pelo Jóni e desde aí temos tido uma atitude proativa, construtiva e de diálogo, sempre com propostas”. Recorda que o Bloco concorreu pela primeira vez à Câmara Municipal em 2017, numa lista em que ele era segundo.
“Nós acreditamos que podemos fazer melhor pelas pessoas deste concelho e acreditamos que é preciso fazer alguma coisa para travar o despovoamento” e discorda do atual presidente de Câmara ao afirmar que a perda de quase 700 pessoas num concelho com a dimensão de Vila Flor é preocupante.
Relativamente aos mais de 3 milhões que a Câmara Municipal tem na conta, Marco Carrilho afirma que é de facto uma boa gestão, mas uma má política, porque esse dinheiro deveria ser investido nas pessoas.
Marco Carrilho considera que a aposta para fixar pessoas deve ser num turismo sustentável, no apoio aos agricultores, aos jovens, apostar na digitalização e “se a Zona Industrial que já se falou há 4 anos, já se falou há 8 anos” não se estava tão mal. Afirma também que é preciso dar emprego digno às pessoas para se manterem, fazendo um repto ao Presidente para que coloque os trabalhadores da Câmara nos quadros para que “as pessoas tenham um emprego digno e com segurança”.
O Bloco demonstrou por várias vezes também a sua preocupação com o atraso da construção da Zona Industrial, salientando que a escolha do tempo para a sua execução ser em ano eleitoral se calhar não é o mais correto, mas mais vale alguma coisa do que nada”. Marco Carrilho defende que a Zona Industrial deve acolher empresas, mas também os pequenos agricultores do concelho que não têm instalações próprias.
Marco Carrilho defende que a TerraFlor deve voltar à sua origem, defendendo que a marca TerraFlor “fosse a bandeira de todas as empresas e de todos os produtores do concelho”.
O Candidato do Bloco relativamente ao Cachão recorda que o Bloco de Esquerda esteve na linha da frente na defesa da retirada do lixo, considerando que o formato existente no Cachão não teria que ser exatamente naquele local e que poderia começar do zero, mas que deveria ser um esforço conjunto da região para criar “uma marca Nordeste nova”, apelando a que haja diálogo entre os vários municípios.
O candidato afirma ainda que o regadio é importante para apoiar os agricultores. Marco Carrilho considera a agricultura é o principal meio de subsistência no nosso concelho. Afirma que os produtos e produtores são de excelência. Defende que é necessário criar um verdadeiro gabinete de apoio jurídico e organizacional para fornecer toda a informação necessária para que consigam escoar os seus produtos.
Na última intervenção o candidato afirma que “a pandemia marca inevitavelmente estes últimos dois anos do mandato autárquico, pois mudou as nossas vidas e a forma como nos relacionamos. Mudou também o panorama económico e social, causando uma crise que durará para lá da pandemia, crise essa que é preciso combater, e onde os órgãos autárquicos têm um importante papel, onde não podem deixar ninguém para trás”.
Defende ainda a criação de um gabinete de apoio à saúde mental, porque considera que em altura de pandemia os problemas de saúde mental aumentaram. Defende ainda um apoio aos estudantes universitários, a nível financeiro, combatendo assim o abandono da universidade por razões económicas.
Termina dizendo que “o Bloco de Esquerda não faz campanha nem aparece apenas a um ano das eleições. Estamos presentes durante todo o mandato, com propostas na Assembleia Municipal, mas também com trabalho fora dela, como foi no caso dos CTT, onde fomos para as ruas e tentar resolver um problema. Com apenas 1 membro na Assembleia Municipal conseguimos fazer tanto trabalho, imaginem o que podemos fazer com representação na Câmara Municipal e com mais eleitos na Assembleia. Por tudo isto, no dia 26 de setembro, o Bloco de Esquerda conta com todos os vilaflorenses”.