Os motoristas dos transportes públicos regressam à greve às 03H00 de quinta-feira, durante 24 horas, depois de três paralisações no espaço de três meses. A adesão no norte e centro variou entre os 60% e os 100%.
A paralisação englobou todos os trabalhadores das empresas privadas do setor rodoviário de passageiros associadas à Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), bem como de todas as empresas do grupo Transdev.
Na quinta-feira, fonte sindical, disse à Lusa que a greve estava a ter uma “forte adesão”, sendo de 100% em algumas empresas do centro e norte do país.
“A adesão é de facto muito elevada nas regiões do centro e norte com algumas empresas encerradas e outras apenas a cumprir serviços mínimos, como é o caso da Transdev”, disse à Lusa Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

Segundo o Jornal do Centro, Jorge Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal explica o que motivou a greve: “nós queremos ser diferenciados em relação a todas as outras categorias. Temos hoje o salário mínimo, o subsídio de alimentação continua a ser muito baixo e continuamos a ter três horas de intervalo para refeições, divididos por dois períodos. Num dia normal de oito horas, o motorista tem de estar no mínimo onze ao serviço do patrão”.
“A ANTROP está com alguma dificuldade em perceber – até porque as empresas têm muitas dificuldades e falta de motoristas – que o motorista, com a responsabilidade que tem, as formações que têm de ter e como um cidadão exemplar que tem de ser com o registo criminal e o registo de infrações limpos, ainda aufere o salário mínimo. Esta não é uma profissão como qualquer uma, é uma de alta responsabilidade”, acrescentou.
Os sindicatos exigem o aumento do salário base de motorista para 750 euros, a atualização do subsídio de refeição “nos mesmos termos percentuais” do aumento do salário e a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas.