A Associação Montalegre Com Vida marcou uma vigília para o próximo sábado, alertando contra a mina de lítio a céu aberto prevista para o concelho. Serão plantadas árvores de forma simbólica na zona de prospeção em Morgade.
“O objetivo é chamar a atenção e, mais uma vez, alertar para o que está a acontecer. Queremos também demonstrar que nós estamos atentos, que não esmorecemos e que estamos unidos”, afirmou Armando Pinto, dirigente da associação, à agência Lusa.
Realizada no dia 15 de agosto, em que decorreria a festa de São Domingos, a vigília, com encontro às 17H00 na junta de freguesia de Morgade. Irá incluir uma plantação simbólica de árvores, uma por cada furo feito pelas sondagens e prospecções, uma uma tertúlia, um passeio e ainda um “farnel”.
Sem festa por causa da pandemia de covid-19, o dia será marcado pela luta contra a mina que a empresa Lusorecursos quer implantar no território do distrito de Vila Real.
Armando Pinto referiu à Lusa que um dos objetivos da ação contra a mina da empresa Lusorecursos é informar os emigrantes que este verão regressaram nas férias
A população, nomeadamente das aldeias de Morgade, Rebordelo e Carvalhais, opõe-se ao projeto demonstrando preocupações relacionadas com a dimensão da mina e as consequências ambientais que esta possa ter principalmente na saúde e na agricultura. Na iniciativa irão também estar presentes associações e movimentos provenientes de outras zonas do país.
Em 2018, Montalegre e Boticas, foram distinguidas com o selo Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mas a mina do Romano (Sepeda), que abrange as aldeias de Morgade, Carvalhais e Rebordelo, pode retirar esta distinção à região, de acordo com a Associação Montalegre Com Vida.
Armando Pinto criticou ainda à Lusa o novo decreto-lei que regulamenta a exploração de recursos minerais em solo público, considerando que dá plenos poderes à Direção-Geral de Geologia e Energia (DGEG), retirando poder de intervenção às autarquias e à população.
Esta legislação, cuja consulta pública terminou no final de julho, não se aplica à mina do Romano, mas, segundo Armando Pinto poderá incidir sobre os novos pedidos de prospeção que abrangem também este território.
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