No passado dia 26 de janeiro, nasceu uma menina em plena A4, perto do Nó do Azibo no concelho de Macedo de Cavaleiros. Os pais iam de Freixo de Espada à Cinta para Bragança. Este caso, que não é único, reacende a discussão sobre a necessidade de uma Maternidade a Sul do Distrito.
Galter Castro, bombeiro de Macedo de Cavaleiros, contou à rádio brigantia que à chegada dos bombeiros o parto já tinha acontecido. “Avaliámos o estado da bebé e da mãe e se estava tudo bem e depois seguimos viagem para Bragança, onde deixamos a mãe e a criança no hospital”. Não foi a primeira vez que este bombeiro passou pela sucedido “Em ano e meio é a segunda vez que me acontece. É completamente diferente”.
Relembramos que desde setembro de 2006, altura do fecho da maternidade de Mirandela, que o distrito de Bragança, apenas dispõe de uma Maternidade. O encerramento aconteceu mesmo contra a vontade das populações que reivindicavam um serviço de proximidade para os residentes na zona Sul do distrito de Bragança.
De notar que o distrito de Bragança é o quinto maior distrito português, com uma área de 6 608 km², nem sempre com as melhores vias rodoviárias. No caso de Freixo de Espada à Cinta, concelho dos pais em causa, dista da capital de distrito 143 Kms, que demoram perto de 1h 45 minutos a perfazer.
A distrital do Bloco de Esquerda de Bragança já reagiu, considerando que isto não acontece por acaso, e que deve fazer refletir o Governo, o Ministério da Coesão Territorial e, principalmente, a Secretária de Estado da Valorização do Interior à qual o Bloco de Esquerda exige a correção do erro que foram os encerramentos consecutivos de serviços públicos, pelas anteriores governações
Referem o facto de que no ano transato o distrito de Bragança foi o que mais aumentou o número de nascimentos, mas que para aumentar consecutivamente as taxas de natalidade no interior do país tem de ser dado o devido e necessário apoio em cuidados de obstetrícia, bem como apoio parental após o nascimento. Indicam que devem existir condições para que tanto seja possível como desejado pelos pais criarem os seus filhos nas regiões do Interior.
Consideram que ao contrário do que pretendia a direita e defendeu acerrimamente o deputado do PSD, reeleito pelo distrito, Adão Silva; o helicóptero do INEM permaneceu em Macedo de Cavaleiros onde, pela sua centralidade, a permanência do equipamento demonstrou já a sua mais-valia.
Terminam dizendo que “a (re)abertura de serviços, e não apenas hospitalares, seria um enorme dinamizador de desenvolvimento na região e, sabendo que na área da saúde os profissionais recusam fixar-se cá, pela falta de serviços e comodidades, um óbvio atrativo para o fundamental crescimento demográfico de que temos urgência.”
Escrito por JL