Marisa Matias encontrou-se, hoje, com comerciantes do Fundão onde tomou conhecimento das dificuldades sentidas no setor devido à atual pandemia. A candidata à presidência da República defendeu que o “pequeno comércio é a estrutura da economia a nível nacional e em cidades mais pequenas ou do interior ainda é uma estrutura mais basilar. Por isso não podemos deixar que morram e que passem as dificuldades que estão a passar.”
Cristina Guedes, deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal do Fundão afirma que têm “feito várias pressões sobre situações que acontecem no nosso concelho, nomeadamente, a falta de apoio ao pequeno comércio, bem como, sobre a implementação de Central de Biomassa e de outros problemas oriundos da falta de respeito para com o meio ambiente. Considera que por vezes existe a visão de que qualquer indústria que venha para o Interior é boa por ser um território despovoado, defendendo que não é bem assim porque “se perdemos a qualidade do ambiente e o bem-estar que nos preza e que é a nossa batalha por viver no interior, então aí há limites e temos que lutar pelos nossos interesses, não só a economia a curto prazo mas também a longo prazo”.
Refere ainda que “no pequeno comércio estamos a atravessar uma enorme dificuldade porque se as pessoas não vêm do exterior para cá o pequeno comércio, que também vive um pouco do turismo, umas coisas chamam as outras”, chamando a atenção para que “algumas pequenas empresas não irão aguentar muito mais esta situação”.
Em jeito de balanço, Marisa Matias afirma que “nós temos que ter em conta em todos os contextos e em particular num contexto de pandemia as especificidades dos territórios e as medidas que adotarmos e defendermos têm que ser adequadas a essas especificidades. Aqui no Fundão as necessidades do pequeno comércio são comuns às necessidades do pequeno comércio no país todo, mas por outro lado são diferentes, porque o contexto geográfico é diferente, a atividade normal dos comerciantes também é diferente”.
A candidata dá o exemplo de uma papelaria em que “as pessoas tinham um tipo de atividade mais ligado às festas das aldeias que neste momento deixaram de existir e não venderam o seu material”, por outro lado, no caso da florista em que a atividade era “dependente da realização de casamentos que já não se realizam. Os apoios têm que chegar ao pequeno comércio e temos que deixar de ter uma concorrência tão desleal com as grandes superfícies.”
Marisa Matias afirma que “o pequeno comércio é a estrutura da economia a nível nacional e em cidades mais pequenas ou do interior ainda é uma estrutura mais basilar e por isso não podemos deixar que morram e que passem as dificuldades que estão a passar.” Afirma que “o que precisamos na Presidência da República é alguém que não deixe ninguém para trás nem nenhuma região do país para trás.
Refere ainda que não sabe se o comércio voltará a ser o que era ou quando o voltará a ser, “o que eu sei é que estamos aqui a falar de serviços que são prestados à comunidade, serviços de proximidade e que são fundamentais para as pessoas que aqui vivem, e portanto, mesmo que haja adaptações a fazer” não se pode matar “as pequenas economias que são cada um destes comércios que num contexto global sustentam a economia e a comunidade na sua totalidade”.
“Muitos destes comerciantes já se adaptaram com medidas sanitárias para proteção das pessoas e para que se sintam seguras, é também a hora de os poderes públicos locais ou nacionais abrirem os olhos e não deixarem estas pessoas na mão” afirmou Marisa Matias.