Entre as rochas da Serra da Estrela encontram-se tubos PVC ligados a fossas séticas de hotéis, restaurantes e casas particulares de onde saem águas residuais, denuncia uma notícia da Revista Visão que encontrou quatro exemplos no território. Um antigo operador turístico revela que é uma prática generalizada e as razões são essencialmente económicas: como limpar uma fossa sética implica custos, há ligações que permitem escoar as águas de casas de banho e cozinhas diretamente para a natureza.
Associados a esta prática, há riscos evidentes para os ecossistemas. A contaminação dos solos e das águas subterrâneas, a degradação de habitats e a perda da biodiversidade são algumas das consequências, que também têm implicações para os seres humanos.
“Na prática, respirar fundo o ar puro da montanha na Torre da serra da Estrela é, hoje, um exercício desagradável. Experimentamos. Felizmente, para o leitor, estas páginas não têm cheiro”, pode ler-se na referida notícia.
Este não é um assunto novo. No ano passado, em agosto, o ICNF detetou descargas poluentes. Já em novembro, a situação mantinha-se pelo que foi ordenado o encerramento do Parque de Campismo. Antes disso, em 2021, a SIC Notícias revelou a existência de esgotos a céu aberto na Serra da Estrela. A Turistrela, empresa concessionária do turismo na região, admitia tais práticas, referindo que aconteciam em momentos de maior ocupação turística.