Hoje temos, da recolha de testemunhos que o Interior do Avesso está a fazer de pessoas que estiveram presentes no STOP Homofobia de há 15 anos, o dirigente do Núcleo de Viseu da Olho Vivo, Carlos Vieira que nos relata vários motivos como os ligados à disciplina de cidadania e ao professor de direito, Francisco Aguilar, para continuarmos a lutar pela democracia e pelos direitos humanos.
Carlos Vieira diz-nos que “temos continuar a lutar” enquanto “houver na sociedade portuguesa classes conservadores e retrogradas” como são exemplo Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Cardeal Patriarca de Lisboa ou o Bispo de Aveiro como subscritores de uma petição contra a disciplina da cidadania, que já recebeu a oposição do movimento Nós Somos Igreja.
Fala-nos de mais exemplos, como o professor de direito da Universidade de Lisboa, Francisco Aguilar, que nos programas de mestrado de Direito Penal e Direito Processual diz que a “Violência de Género é apenas disciplina doméstica” e que as mulheres não passam de uma “tribo vítima que tem como tribos aliadas as tribos LGBT”, num ataque que diz ferir a Constituição Portuguesa e tratados internacionais.
Em conclusão, Carlos Vieira diz que teremos que continuar a lutar “contra o neofascismo” que ressurge “unindo todas as lutas contra o racismo, a xenofobia, o machismo, a homofobia…em suma pela democracia e os direitos humanos”.
Em Viseu, há 15 anos, no dia 15 de maio, ocorreu a primeira manifestação fora de Lisboa de reivindicação de direitos LGBTI+: a STOP Homofobia. Mobilizou pessoas de todo o país em resposta aos ataques violentos, perseguições e humilhações que a comunidade homossexual de Viseu então sofria, reflexo de uma sociedade de traços vincadamente conservadores, ainda hoje presentes. Por esse motivo e também com esse mote irá ocorrer a 3.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ no dia 11 de outubro.