População de Monteiros e Veral promovem petição para que a ponte entre as aldeias não desapareça com barragem da Iberdrola

Ponte Monteiros e Veral

As populações de Monteiros (Vila Pouca de Aguiar) e Veral (Boticas) lutam há anos pela manutenção ou renovação da Ponte de Arame que garante a ligação entre as aldeias. A ponte quase centenária corre o risco de desaparecer com a construção de uma barragem da Iberdrola no rio Tâmega.

Está a decorrer uma petição, promovida pelos habitantes destas aldeias do distrito de Vila Real, que exige “que a projectada relocalização da Ponte de Arame que une as aldeias de Monteiros e Veral seja feita num lugar, a acordar com os representantes do poder local, em que a ligação histórica e antropológica entre as duas populações se mantenha.”

A Ponte de Arame, com cerca de 30 metros, originalmente construída em madeira pelo povo das aldeias, vai sofrer o impacto da construção do empreendimento hidroelétrico do Alto Tâmega. Segundo a petição, a empresa concessionária, Iberdrola, vai remover a ponte antes da subida das águas, mas ainda não existe uma proposta para a sua relocalização.

Numa sessão pública de 2015 terá mesmo sido admitida a possibilidade de a ponte ser transportada para um outro rio, servindo outras povoações. Hipótese “liminarmente recusada pelas populações locais.”

A Ponte de Arame permitiu que ao longo dos anos se estreitassem as “trocas” e os “laços afectivos entre o povo das duas aldeias – o gado, a fruta, o vinho, a madeira, as festas religiosas e até os namoros, tudo circulava entre os habitantes de Monteiros e Veral.”

“A Ponte de Arame está incluída na listagem de património local a preservar e é objecto do afecto dos habitantes locais, mas igualmente da população oriunda daqueles sítios transmontanos que, embora espalhada pelo mundo, acompanha com a mesma emoção o destino desta construção comunitária que aproximou as duas aldeias e tem vindo a tornar-se motivo de atracção turística”, salienta a petição.

É assim defendido que “a Ponte não pode ir para longe! É património das povoações que reuniram a madeira e a fizeram”. Como tal, a sua relocalização “só deve ser feita desde que se mantenha como ligação entre as aldeias de Monteiros e Veral, exigem os subscritores da petição.

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