Quebra de 70% no Mel do Caramulo

Mel

A Associação de Apicultores da Serra do Caramulo fala de 2020 como um ano negro para a produção de mel na zona, onde se registaram quebras de 70%. Apontam como motivos as alterações climáticas e a plantação de eucaliptos. Bloco já alertou para o problema dos pesticidas utilizados nos eucaliptais.

Segundo notícia do Jornal do Centro, Isidro Ferreira, da direção da organização de produtores, admite que é cada vez mais difícil produzir mel no Caramulo, pois também em 2018 se registaram quebras, ainda mais significativas.

“Esta queda foi um pouco melhor do que em 2018, onde tivemos quebras de 80 a 90 por cento, mas está muito difícil produzir mel na Serra do Caramulo. Há vários fatores que condicionam neste momento a produção. Este ano, foram mais as alterações climáticas porque o mês de abril foi a chover e coincidiu com a floração. As abelhas não conseguiram aproveitar isso”.

Além das alterações climáticas, é apontada como causa para as quebras de produção a plantação de eucaliptos e consequente uso de herbicidas por parte dos “grandes produtores florestais”.

Isidro Ferreira explica: “utilizam o glifosato para queimar tudo o que é mato, de modo a que o eucalipto possa aproveitar mais do adubo. O problema do glifosato não é só para as abelhas e a queima da flora, mas toda a gente sabe das consequências na saúde”.

Problema já denunciado e acompanhado pelo Bloco de Esquerda de Viseu que já esteve no ano transato em reunião com a Associação de Apicultores do Caramulo, onde as crescentes plantações de eucalipto são pulverizadas com EPIK, um inseticida que contamina o pólen, levando à morte da população de abelhas por envenenamento.

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