SNPC considera que há “muita parra e pouca uva na conservação da natureza e florestas”

O Sindicato Nacional da Proteção Civil considera que Portugal está atrasado em relação a outros países na “conservação da natureza e da biodiversidade”, afirmando que em Portugal Continental existem cerca de 196 Vigilantes da Natureza no ICNF e que tendo em conta os 845 mil hectares, só de área protegida, “em média cada Vigilante da Natureza tem a seu cargo 4 311,22 mil hectares”. O Sindicato defende a “Revisão da Carreira Profissional para os Vigilantes da Natureza”.
Vigilantes da Natureza

Em comunicado a que o Interior do Avesso teve acesso, o SNPC cita uma publicação que o ICNF terá feito numa rede social em que refere que Portugal tem 845 mil hectares de áreas protegidas, o que corresponde segundo a fonte citada a 9,1% do território nacional. O Sindicato considera que “dispomos de uma vasta área de zonas especiais de conservação, zonas de proteção especial, reservas da biosfera, perímetros florestais e rede natura, que são de uma verdadeira riqueza natural para todos nós”.

O SNPC afirma que apesar de os números estarem desatualizados dão para se ter uma perspetiva do “quanto estamos atrasados em relação a outros países em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade”.

“Em Portugal Continental existem, atualmente, cerca de 196 Vigilantes da Natureza no ICNF, os mesmos números que em 2019 com cada vez menos efetivos, ou por situação de reforma ou por abandono da profissão, pela falta de atratividade que este Corpo de Vigilantes da Natureza continua sistematicamente a perder, fruto de políticas desajustadas e de falta de coragem de sucessivos Governos e do atual Ministro do Ambiente e do Secretário de Estado em regularizar a revisão da carreira profissional” salientam.

O Sindicato considera que se tivermos em conta os 845 mil hectares “só de área protegida e numa conta rápida, constatamos que em média cada Vigilante da Natureza tem a seu cargo 4 311,22 mil hectares, um número arrepiante e que reforça a nossa reivindicação de abertura de novos concursos de admissão de pelo menos mais 100 Vigilantes da Natureza”.

“Todos nós nos devemos de orgulhar da dimensão das nossas áreas protegidas e de todo o nosso património natural, mas não podemos esquecer que todos os dias estão no terreno, de Norte a Sul do país, inclusive nas ilhas da Madeira, nomeadamente os que vivem isolados durante meses nas Ilhas Desertas, e dos Açores (com cerca de 54 Vigilantes da Natureza), homens e mulheres que dão o melhor de si no que toca à conservação, fiscalização, vigilância, monitorização e preservação de toda a nossa fauna e flora”, considerando que o lobo-ibérico e o lince “tantas vezes ameaçados pela extinção” têm continuado a fazer parte da fauna devido ao empenho e trabalho do Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza.

O SNPC termina defendendo que é urgente “apostar na Revisão da Carreira Profissional para os Vigilantes da Natureza, caso contrário serão apenas mais uma “espécie” em vias de extinção”.

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