A nova espécie foi batizada de Longidorus bordonensis. Caracteriza-se por ter entre 1 a 9 milímetros de comprimento e viver no solo. Como se pode ler no artigo científico que divulga a descoberta na revista Zoosystematics and Evolution.
Carlos Gutiérrez-Gutiérrez do Laboratório de Nematologia – MED da UÉ, primeiro autor do artigo publicado, sublinha na notícia da UE que este estudo, “para além de contribuir com mais uma nova espécie de nemátodes para a Ciência, contribui para o conhecimento de como esta nova espécie se relaciona com as restantes do grupo (Fam. Longidoridae)”. Realça ainda que esta investigação permitiu “conhecer espécies potencialmente transmissoras de vírus (videira, mas não só) e que, como parasitas microscópicos (ca. 1-9 mm) que habitam o solo, são responsáveis por danos consideráveis em numerosas culturas”.
Manuel Mota, Professor do Departamento de Biologia da Escola de Ciências e Tecnologia da UE e responsável pelo Laboratório de Nematologia do MED, refere como os nemátodes fitoparasitas causam danos de quase 140 mil milhões de euros anuais nas culturas tanto agrícolas como florestais, fazendo parte dos quatro grandes grupos de agentes fitopatogénicos (fungos, bactérias, vírus e nematóides), que em conjunto com os insetos “constituem a grande área científica da «Protecção de Plantas»”.
A equipa de investigação irá continuar a estudar a nova espécie e quais os seus hospedeiros para perceber se esta espécie faz realmente parte desse grupo perigoso para a saúde das plantas. 2020 foi declarado pelas Nações Unidas como o ano internacional da saúde das plantas, o que confere especial significado a esta descoberta.